Efeito agudo do exercício aeróbio vigoroso sobre as funções executivas em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Browne, Rodrigo Alberto Vieira
Orientador(a): Barros, Jônatas de França
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19798
Resumo: As funções executivas são processos cognitivos determinantes para o sucesso escolar, uma vez que executam e controlam atividades cognitivas complexas, como raciocínio, planejamento e resoluções de problemas. O desempenho das funções executivas desenvolve-se desde a primeira infância ao longo da adolescência até a idade adulta, concomitantemente com as mudanças neuroanatômicas, funcionais e de perfusão sanguínea do cérebro. Neste sentido, o exercício físico tem sido considerado um importante fator ambiental para o neurodesenvolvimento, bem como para a promoção da saúde cognitiva e cerebral. Contudo, ainda são escassos estudos que tenham investigado os efeitos de uma única sessão de exercício aeróbio vigoroso sobre as funções executivas em adolescentes. Objetivo: Verificar o efeito agudo do exercício aeróbio vigoroso sobre as funções executivas em adolescentes. Métodos: Ensaio clínico controlado e randomizado com delineamento cruzado, realizado com 20 púberes de ambos os sexos, com idades entre 10 e 16 anos, que foram submetidos a duas sessões de 30min: 1) sessão exercício aeróbio realizado em intensidade entre 65 e 75% da frequência cardíaca de reserva, sendo 5min para aquecimento, 20min na intensidade alvo e 5min de volta à calma; e 2) sessão controle assistindo desenho-animado próprio para a idade. Previamente e após as sessões, foi aplicado o teste de Stroop computadorizado – Testinpacs e o teste de trilhas para avaliação do controle inibitório e flexibilidade cognitiva, respectivamente. O tempo de reação (TR) e a quantidade de erros (n) do teste de Stroop foram registrados. O tempo total (TT) e a quantidade de erros (n) do teste de trilhas também foram registrados. Resultados: O TR da sessão controle não apresentou diferença significativa no teste de Stroop. Por outro lado, o TR da sessão exercício diminuiu significativamente (p<0,01) após a intervenção. Os erros cometidos no teste de Stroop não sofreram diferenças significativas nas sessões controle e exercício. O ΔTT do teste de trilhas da sessão exercício foi significativamente (p<0,001) menor que o da sessão xi controle. Os erros cometidos no teste de trilhas não sofreram diferenças significativas nas sessões controle e exercício. Adicionalmente, houve associação significativa e positiva do ΔTR do teste de Stroop da condição exercício com a idade cronológica (r= 0,635, p=0,001; r 2 = 0,404, p=0,003) e maturação sexual (rs= 0,580, p=0,007; r 2 = 0,408, p=0,002). De outro modo, não houve associação do ΔTR da condição controle com a idade cronológica (r= –0,144, p=0,273; r 2 = 0,021, p=0,545) e maturação sexual (rs= –0,155, p=0,513; r 2 = 0,015, p=0,610). Conclusão: O exercício aeróbio vigoroso parece promover melhora aguda na capacidade das funções executivas em adolescentes. O efeito do exercício sobre o desempenho do controle inibitório foi associado ao estágio puberal e idade cronológica, ou seja, os benefícios do exercício foram mais evidentes no início da adolescência (↑ ΔTR) e sua magnitude decresce durante o desenvolvimento.