Orações relativas no português brasileiro em perspectiva histórica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Lígia Maria da
Orientador(a): Bispo, Edvaldo Balduino
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20705
Resumo: Neste trabalho, focalizamos as estratégias de relativização, em corpus diacrônico do Português Brasileiro (PB). Em linhas gerais, objetivamos investigar o uso das relativas em perspectiva histórica no PB, focalizando motivações cognitivas e interacionais implicadas e a correlação com as tradições discursivas. A perspectiva teórica que fundamenta o nosso estudo é a da Linguística Funcional de vertente norte-americana, inspirada em Talmy Givón, Sandra Thompson, Paul Hopper, Joan Bybee, Elizabeth Traugott, Mário Martelotta, Angélica Furtado da Cunha, entre outros, conjugada a contribuições das Tradições Discursivas, com base em autores como Kabatek, Koch e Oesterreicher. Quanto à metodologia, a nossa pesquisa é eminentemente qualitativa, no sentido de que busca elucidar motivações discursivo-pragmáticas e cognitivas relacionadas ao uso das estratégias de relativização no PB; e tem suporte quantitativo, no que se refere ao aspecto mensurável dos dados e caracterização do objeto de estudo e sua frequência de uso. Para esta investigação, utilizamo-nos dos corpora do projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB), de modo mais específico, das cartas particulares, oficiais, de leitor e de redator escritas entre os séculos XVIII e XX, de quatro estados: Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Rio de Janeiro. Os resultados desta pesquisa revelam a variação no domínio da relativização, tendo em vista o aumento do percentual de relativas cortadoras no corpus desta investigação, ainda que a ocorrência dessa estratégia esteja mais restrita às cartas particulares. Além disso, verificamos fatores de natureza cognitiva como redução do custo cognitivo e economia relacionados à ocorrência da relativa cortadora, principalmente, nas cartas particulares; aspectos como a necessidade de expressividade e clareza relacionados ao uso, mesmo que pouco frequente, da copiadora, principalmente nas cartas oficiais; e fatores de ordem comunicativa como a esfera pública de circulação de parte das cartas da amostra, como nas cartas de redator e do leitor, e o distanciamento entre os interlocutores implicados mais diretamente no uso das relativas padrão da nossa amostra.