Padrões de uso do habitat por tatus nas planícies de inundação da Amazônia Central brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Ellen Cristina Mões
Orientador(a): Venticinque, Eduardo Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30873
Resumo: A distribuição de mamíferos no ambiente é modulada pela complexidade do habitat e mudanças na disponibilidade de recursos. Eles respondem aos componentes da paisagem, que influenciam como irão utilizar o espaço. A Amazônia não é uma floresta homogênea e um dos causadores desta variação é o pulso de inundação que ocorre ao longo do ano, com o ciclo hidrológico. Esse fenômeno afeta os padrões de uso do habitat para muitas espécies de mamíferos encontrados no bioma. Neste estudo, nossos objetivos foram entender como os tatus estão utilizando os habitats amazônicos durante o pulso de inundação e quais fatores ambientais estão moldando essa distribuição. Os dados foram coletados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus e Reserva Biológica de Abufari, localizadas na porção centro-oeste da Amazônia Brasileira, através de armadilhamento fotográfico. Foram instaladas 72 câmeras nas áreas não inundáveis (terra firme) adjacentes às áreas alagáveis (várzeas), com um esforço total de amostragem de 23.080*noite, onde foram detectadas três espécies de tatus: Dasypus novemcinctus; Dasypus kappleri e Priodontes maximus.A partir disso, utilizamos modelos de ocupação que levam em consideração a detecção imperfeita. Estimamos a probabilidade de detecção e ocupação para cada espécie nas fases do ciclo hidrológico (Cheia e Seca) e a influência de variáveis ambientais (esforço da câmera; rugosidade do relevo; altitude em relação ao nível do rio; densidade de predadores; distância da várzea; biomassa florestal e distância das comunidades humanas) em cada ponto de amostragem. A maior ocupação das três espécies nas áreas de terra firme adjacentes ocorreu durante a seca. Isso indica que, na época de cheia estão se afastando da área alagada e, quando começa a secar, se aproximam. Dasypus novemcinctus preferiu ocupar áreas com menor rugosidade de relevo. Dasypus kappleri ocupou áreas mais distantes das comunidades humanas, menos rugosas e mais próximas das áreas de várzea. Priodontes maximus preferiu pontos com maior elevação e mais próximos da várzea. Conclui-se que as várzeas estão servindo como filtros ambientais para os tatus e que, mesmo para essas espécies que são restritas às áreas de terra firme, o pulso de inundação é importante para a movimentação.