Registros palinológicos em sedimentos deltaicos do Lago Cabaliana na planície aluvial do Rio Solimões, Amazônia Central - Brasil
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Botânica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12726 http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4252065P0 |
Resumo: | O testemunho de sondagem (PD-67) foi obtido da planície aluvial do Rio Solimões, situado na área de várzea da Amazônia Central. Um perfil de 160 cm foi retirado do delta do Lago Cabaliana e submetido a análises sedimentológicas, palinológicas. Três amostras foram datadas pela técnica de Accelerator Mass Spectrometry (AMS). Foram detectadas idades do Holoceno superior, indicando aproximadamente 2570 ± 40 14C anos AP na base do testemunho, 1570 ± 40 14C anos AP (90 cm) e no topo, foi encontrada a idade de 830 ± 40 14C anos AP. Há cerca de 2600 14C anos AP, Alchornea, Symmeria e Cecropia foram predominantes, do mesmo modo que os elementos herbáceos, representando pelas gramíneas, Asteraceae e Alternanthera. A presença de Arrabidaea, Rubiaceae, Tabebuia, Sapotaceae, Rutaceae, Protium e Symphonia implicam em uma floresta de terra firme drenada e áreas adjacentes pantanosas, indicado pela presença de pólen de Sagittaria e esporos de pteridófitas. Nesta fase, a sedimentação predominante foi de material argiloso, referente à fase de inundação, sugerindo que a cheia foi possivelmente muito menor neste intervalo de tempo. Cecropia se manteve relativamente constante desde 2700 14C anos AP e posteriormente, há cerca de 2200 14C anos AP, apresentou um aumento. Pólen de gramíneas e outras herbáceas apresentam uma ligeira queda, ocorrida também há cerca de 2200 14C anos AP e juntamente com a presença de Byrsonima e outras plantas de estágios sucessionais tardios da várzea, como Sapium e Myrtaceae, pode-se inferir que houve diminuição na altura da coluna d´água. Há 700 14C anos AP, a vegetação climácica da várzea começa a se tornar predominante, apesar das maiores freqüências de plantas de sucessão secundária tardia representados por Pseudobombax e Laetia. Pólen de Cassia, Vismia e Neoxythece e de táxons de terra firme: Doliocarpus, Simaba e Scleronema sugerem a proximidade ou a mistura de elementos de terra firme e várzea. Ocorreram dois períodos mais secos, representados pela efetiva diminuição da precipitação: cerca de 2700 14C anos AP e 1200 - 700 14C anos AP. As outras fases (2400 14C anos AP e 1500 - 1200 14C anos AP) são indicativas de períodos secos menos pronunciados, ou seja, pequenas variações nos níveis de inundação da bacia. A dinâmica sucessional ocorrida no lago Cabaliana, desta forma, indica que a várzea local se estabeleceu recentemente e é composta por um mosaico de diversos estágios sucessionais da vegetação, controlados principalmente pelo pulso de inundação. Foram detectadas alternância de fases úmidas e secas causadas pelo ENSO no Holoceno tardio, intensificando a sazonalidade da precipitação. O ciclo hidrológico do Rio Solimões foi influenciado, o que acarretou flutuações no pulso de inundação e conseqüentemente variações na estrutura e composição florística da vegetação circundante do Lago Cabaliana e alterações nos processos deposicionais. Assim, é possível propor que o a história climática recente da Amazônia Central é reflexo de mudanças nos padrões de precipitação na bacia. |