O que o manejo do pirarucu pode nos ensinar: aspectos ecológicos, sociais e culturais aplicáveis a múltiplos sistemas socioecológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Carolina Tavares de
Orientador(a): Lopes, Priscila Fabiana Macedo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27589
Resumo: Sistemas socioecológicos (SSE) são os complexos sistemas que abarcam tanto a dimensão social (humana) quanto a ecológica (biofísica). Ambas dimensões são igualmente importantes e funcionam como um sistema interdependente, no qual alterações em uma dimensão afetam a outra. Para que o manejo de recursos naturais seja sustentável a longo prazo, faz-se necessário garantir a integridade do SSE do qual tais recursos fazem parte. Portanto, é preciso considerar tanto as dimensões biofísicas quanto as humanas desse sistema, incluindo seus componentes sociais, econômicos, políticos e culturais. O manejo colaborativo (comanejo) é uma das ferramentas que vem sendo utilizada na busca pela conciliação entre as distintas dimensões dos SSE. Nesta tese, o manejo do pirarucu (Arapaima sp.) foi utilizado como um estudo de caso para fornecer subsídios e incentivos ao desenvolvimento de sistemas de manejo de recursos naturais mais eficazes, que busquem conciliar o sucesso das múltiplas dimensões do SSE. Para tanto, foram abordadas três esferas distintas e complementares: ecológica, social e cultural. No primeiro capítulo, demos maior enfoque na esfera ecológica ao avaliarmos as tendências históricas de mudança na abundância e no tamanho dos pirarucus através das percepções de 247 pescadores de 67 comunidades localizadas nos rios Juruá e Purus, dois grandes tributários do rio Amazonas. No segundo, priorizamos a esfera social e abordamos, a partir de dados quantitativos provenientes de entrevistas com 143 mulheres de 54 comunidades do rio Juruá, o potencial manejo do pirarucu em promover uma maior equidade de gênero na pesca, além de outros benefícios sociais decorrentes. No terceiro, a esfera cultural ganhou maior destaque ao utilizarmos dados de literatura para mostrar como o manejo com foco em espécies culturalmente importantes pode ser uma ferramenta de grande potencial para promover benefícios ecológicos e sociais, conciliando conservação da biodiversidade com qualidade de vida de povos locais.