Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Feliciano, Aline Juliete de Abreu |
Orientador(a): |
Gomes, Sandra Cristina |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS URBANOS E REGIONAIS
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/31758
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Resumo: |
O conceito de interseccionalidade, nascido das experiências políticas e teorizações do feminismo negro nos Estados Unidos, atualmente encontra lugar em diversos campos acadêmicos, configurando o que se pode chamar de “projeto de conhecimento” (COLLINS; CHEPP, 2013; COLLINS, 2015), por sua natureza de um construto emergente e sem uma definição rígida. Em comum nas pesquisas que adotam a interseccionalidade como fundamentação teórica, parte-se de um entendimento de que categorias unidimensionais como gênero, raça, classe, sexualidade, idade são insuficientes para uma interpretação precisa do mundo social, pois não captam a diversidade de situações combinatórias que existe. Assim, o objetivo desta pesquisa é explorar as possíveis aplicações desse conceito para a compreensão das persistentes desigualdades educacionais, considerando o potencial metodológico da interseccionalidade em uma abordagem de nível micro, chegando-se até o “chão da escola” com interesse em descobrir como os estudantes estavam organizados em sua convivência diária e quais fatores de diferenciação poderiam ser destacados para uma análise interseccional do contexto observado, em uma escola estadual do ensino médio em tempo integral em Natal-RN. A etapa empírica desta pesquisa foi realizada durante os meses finais do ano letivo de 2019 e no início de 2020, em um estudo do tipo etnográfico, tendo como principal ferramenta de trabalho o diário de campo, construído a partir das observações participantes e informações repassadas pela equipe gestora, professores e pelos próprios alunos em conversas do cotidiano, as quais denominamos entrevistas etnográficas (FINO, 2008). Nesse processo foram identificados três marcadores sociais da diferença proeminentes para uma análise interseccional das desigualdades no contexto do “chão da escola”: (i) a concentração em uma mesma turma de estudantes com histórico de reprovação, evasão, e a estigmatização social decorrente; (ii) a vulnerabilidade socioeconômica e (iii) as limitações institucionais e subjetivas em torno do debate sobre a questão racial. As contribuições dessas análises para as políticas públicas, orientadas por uma lente interseccional, invocam a necessidade do debate sobre equidade e a implementação de ações pela gestão educacional, visando compreender os mecanismos de produção das diferenças e desnaturalizar a reprodução de desigualdades. |