Ciência e gênero: o cotidiano de mulheres pesquisadoras em Psicologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Rocelly Dayane Teotonio da
Orientador(a): Dimenstein, Magda Diniz Bezerra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46618
Resumo: Essa pesquisa volta-se para a relação entre ciência e gênero, com foco nos impactos das exigências de excelência científica no cotidiano das bolsistas PQ da Psicologia brasileira. Adotou-se uma abordagem multimétodo estabelecida em três etapas: análise de dados de domínio público; aplicação de um formulário eletrônico e realização de entrevistas semiestruturadas. Dessas etapas, resultaram cinco estudos, cujo achados demonstram que: a) na Psicologia, as mulheres ocupam proporcionalmente menos posições no topo da carreira; b) o perfil da bolsista PQ da área é de mulheres brancas, cis, de classe média, casadas, heterossexuais e do sudeste do país e os principais problemas que enfrentam relacionam-se ao cenário de disputa e concorrência interna que tem se acirrado no âmbito da C&T no país e à atual configuração do trabalho acadêmico marcada pela sobrecarga de atividades e funções, gerando sentimentos de satisfação e de desânimo; c) essas condições produzem impactos no cotidiano das pesquisadoras, que somadas às demandas domésticas, familiares e conjugais, exigem a invenção de múltiplas estratégias de conciliação; d) e, associam-se à ampliação da vulnerabilidade ao sofrimento psíquico e outros agravos à saúde; e) apesar disso, a adesão das bolsistas PQ da Psicologia à racionalidade individualizante hegemônica, embaraça a compreensão de que, no atual cenário neoliberal e pandêmico, suas posições sociais outrora privilegiadas pelo privilégio branco, deslocaram-se em direção ao devir negro do mundo, cuja nitidez se observa nas marcas do epistemicídio, antes experimentado somente pelas mulheres negras (e demais pessoas negras). Com isso, conclui-se que à medida que essas profissionais buscam atender as expectativas da racionalização neoliberal, deixam de perceber que na atualidade, elas também podem integrar o conjunto das(o) novas (o) renegadas(o).