Associações entre a ingestão de nutrientes e fatores clínicos com a sobrevida de indivíduos com insuficiência cardíaca em seguimento ambulatorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Torres, Núbia Rafaella Soares Moreira
Orientador(a): Evangelista, Karine Cavalcanti Mauricio de Sena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45654
Resumo: A inadequação na ingestão de nutrientes, além de fatores clínicos e antropométricos desfavoráveis, pode levar a piores desfechos em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Esse estudo longitudinal retrospectivo teve como objetivo avaliar as prevalências de inadequações de micronutrientes, parâmetros clínicos e as associações com a sobrevida de 121 adultos e idosos com IC atendidos ambulatorialmente. Aplicou-se uma média de 3,4 Recordatórios de 24 horas para a avaliação do consumo habitual de micronutrientes. Os participantes foram divididos em grupos de deficiência moderada e alta, e em clusters de consumo, conforme avaliação individual da ingestão de cada micronutriente. Coletou-se dados sociobiodemográficos, clínicos, índice de massa corporal (IMC), e os desfechos clínicos (hospitalizações e mortalidade) ocorridos em 24 meses. As sobrevidas global e livre de eventos foram calculadas pelo Kaplan-Meier e as curvas comparadas pelo Log-Rank. Modelos de regressão de Cox foram construídos para identificar variáveis preditoras dos desfechos. Observou-se uma prevalência de 100% de inadequação da ingestão das vitaminas B1 e D, e de mais de 80% para as vitaminas B2, B9, E, e para o cálcio, magnésio e cobre. Não foram observadas diferenças na sobrevida global e na sobrevida livre de eventos entre os grupos de indivíduos com deficiência de micronutrientes moderada e alta (HR = 0,94; p = 0,91 e HR = 1,63; p = 0,26, respectivamente), e entre os Cluster de maior e menor consumo de cálcio, potássio, fósforo, magnésio e vitamina D (HR =0,94; p = 0,91 e HR = 1,08; p = 0,84), bem como quando a inadequação de micronutrientes foi avaliada isoladamente (todos p>0,05). O excesso de peso e a taxa de filtração glomerular >60 mL/min/1,73m2 apresentaram associações significativas com uma melhor sobrevida global (ambos p<0,05). Os modelos de regressão de Cox indicaram que a classe funcional da New York Heart Association (NYHA) III/IV é preditor independente da sobrevida global e livre de eventos, aumentando o risco de mortalidade (HR = 6,70 (2,21 – 20,29), p = 0,01) e de hospitalizações (HR = 5,64, p < 0,01). O peso adequado conforme IMC foi associado a melhor sobrevida global (HR = 4,53, p = 0,02). Conclui-se que indivíduos com IC atendidos ambulatorialmente apresentam altas prevalências de inadequação de micronutrientes. A classe funcional da NYHA e o IMC são preditores independentes da ocorrência de desfechos clínicos desfavoráveis em indivíduos com IC.