Narrativas de aprendizagens ao longo da vida: uma pesquisa-ação-formação com professoras de classes hospitalares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Roberta Ceres Antunes Medeiros de
Orientador(a): Passeggi, Maria da Conceição Ferrer Botelho Sgadari
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21894
Resumo: A dissertação teve como objetivo primordial investigar a importância de considerar, nosprocessos de formação docente, as experiências que constituem o capital biográfico dasprofissionais participantes da pesquisa, compreendendo, pois, que essas aprendizagensdepreendidas ao longo da vida, são essenciais ao exercício da prática educativa, noacolhimento, atendimento e acompanhamento dos educandos, com os quais as professorascompartilham experiências no mundo da vida. Consideramos que o estudo dessa temática comfoco na experiência das professoras a partir do que elas narram ainda é um campo inexploradoquando pensamos na realização de uma pesquisa qualitativa com abordagem autobiográfica.Nesse sentido, nossa proposta de investigação se torna inovadora por nos permitir tomar asexperiências de aprendizagens narradas pelas professoras de classes hospitalares como objetode reflexão, depreendendo pois, como se dá a formação das professoras “no chão do hospital”.A pesquisa (auto)biográfica em educação é um campo de estudos que corrobora para aformação de professores de classes hospitalares, mediante a ação autônoma e ativa de ouvir econsiderar como fonte de estudos as narrativas das experiências de aprendizagens de e para avida. Nossas referências teóricas situam-se na encruzilhada do movimento internacional depesquisa (auto)biográfica em educação (FERRAROTTI, 2014; DELORY-MOMBERGER,2008, 2012, 2014; SCHÜTZ, 2010; ALHEIT, 2012; ALHEIT; DAUSIEN, 2006; PASSEGGI,2011a, 2011b, 2014a, 2014b, 2015; SOUZA, 2012), do movimento socioeducativo dashistórias de vida em formação (PINEAU, 2005; PINEAU; LE GRAND, 2012, DOMINICÉ,2000, 2006; JOSSO, 2010; NÓVOA, 1995, 1999, 2009, 2010); e da psicologia cultural queadota uma perspectiva narrativista (BRUNER, 1997; BROCKMEIER; HARRÉ, 2003).Participaram da pesquisa cinco professoras, a quem convidamos para narrar (oralmente e porescrito), individualmente e em grupo, suas experiências de acompanhamento educacional emespaços hospitalar e domiciliar com crianças com doenças crônicas (câncer, doençasinfectocontagiosas como o HIV e doenças hematológicas) na cidade de Natal/RN. Propomos aessas docentes, vivenciar o processo de biografização a partir das seguintes fontesautobiográficas: entrevista narrativa autobiográfica (ENA); registro pessoal (RP); gruporeflexivo (GR); narrativa autobiográfica escrita (NAE). Para a constituição dessas fontesautobiográficas, inspiramo-nos, respectivamente, em Appel (2005), Jovchelovitch e Bauer(2002), Schütze (2010); em Freire (2014), Scarpa (1998); e em Passeggi (2011a). Para ainterpretação dos dados empíricos, compreendemos a aprendizagem, segundo Alheit eDausien (2006), na perspectiva da dimensão vivida, sempre ligada a uma biografia concreta,possibilitando indicar um instrumento de mediação no qual as construções biográficasapresentam-se como formas reflexivas da experiência, podendo se desenvolver e se(trans)formar. A relação intrínseca da biografia e da aprendizagem colabora para refletirmosos processos de aprendizagem e suas contribuições na formação docente, mediante análise dasnarrativas autobiográficas com as quais podemos apontar para o desvelamento dos processosde aprendizagem não formal e informal vivenciados por estas professoras que atuam emclasses hospitalares e se formam enquanto sujeitos biográficos, uma vez que elas acionam aliberdade biográfica para realizar suas escolhas pessoais e profissionais e consideram o capital biográfico um dos instrumentos de ação e ressignificação de sua prática docente “no chão dohospital”.