Avaliação dos transtornos psicológicos associados à infertilidade em mulheres com Síndrome dos Ovários Policísticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nonato, Rúsia Dayanny Aires
Orientador(a): Lemos, Telma Maria Araújo Moura
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27434
Resumo: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma endocrinopatia ginecológica que acomete em torno de 20% das mulheres em idade fértil. Além das complicações reprodutivas, esta síndrome encontra-se associada às alterações metabólicas e transtornos psicológicos, como redução da qualidade de vida e aumento de fatores de risco para ansiedade e depressão, que podem desestruturar a saúde e o bem estar ao longo do tempo. A infertilidade pode ocasionar impactos negativos que envolvem o sofrimento emocional, físico, psicológico e social. Como a síndrome é considerada uma das principais causas de infertilidade feminina, o presente estudo objetivou avaliar os transtornos psíquicos associados à infertilidade em mulheres com SOP. As 100 mulheres foram analisadas quanto aos aspectos clínicos, bioquímicos e psicológicos. As participantes foram submetidas à coleta de material biológico e ao preenchimento dos questionários de avaliação clínica e sociodemográfica, BDI, WHOQOL-BREF e SCL-90- R. A análise das informações coletadas foi realizada mediante processo sistematizado em base estatística de dados pelo programa Stata versão 11. As mulheres inférteis (n=55) e férteis (45) apresentaram diferenças estatisticamente significativas na média de idade (27,7±5,1 vs 24,9±5,7; p= 0,01), IMC (31,7±5,2 Kg/m2 vs 29,01±5,1 Kg/m2 ), no percentual de gordura androide (49,1±8,3 vs 44,2±9,7; p=0,01) e pressão arterial sistólica (123,81±14,1 mmHg vs 118,45±12,9; p=0,05). Além disso, a infertilidade foi observada em 55% (n=55) das participantes e 66% (n=66) das mulheres apresentaram pontuações médias que indicam a presença de sintomas depressivos. Os valores médios dos escores referentes ao WHOQOL-BREF foram: 56,9±17,4 (Físico), 57,3±18,8 (Psicológico), 58,5±23,3 (Social), 50,7±16 (Ambiental) e qualidade de vida geral 54,8±15. Quanto à avaliação do sofrimento emocional pelo instrumento SCL-90- R, nenhuma das participantes ultrapassou o valor normativo. No modelo de análise por regressão logística, a infertilidade não apresentou associação aos sintomas de depressão, redução da qualidade de vida e sofrimento emocional. Os resultados demonstram que mulheres com SOP apresentam sintomatologia complexa que podem estar relacionadas ao desenvolvimento de sintomas depressivos, redução da qualidade de vida, bem como sofrimento emocional, embora a infertilidade não esteja associada ao comprometimento do bem estar psicológico.