Dismenorreia e funcionalidade em mulheres adultas do nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Luana Brito dos
Orientador(a): Dantas, Diego de Sousa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/30063
Resumo: Introdução: A dismenorreia é definida como dor em cólica no hipogástrio que ocorre durante a menstruação. Na literatura, não há estudos que avaliem a funcionalidade ou as deficiências associadas à dismenorreia em nenhuma faixa etária. Além disso, os estudos que abordam a dismenorreia, restringem-se às adolescentes ou mulheres adultas jovem. Objetivo: Essa dissertação envolve dois estudos que tiveram como objetivos avaliarem separadamente a prevalência de dismenorreia e fatores associados; e a associação entre dismenorreia e incapacidade em mulheres adultas. Metodologia: Estudos transversais com mulheres adultas com idades entre 19 e 49 anos envolvendo aspectos sociodemográficos, ginecológicos e obstétricos foram investigados. A dismenorreia foi mensurada por meio do auto relato; a Escala Numérica da Dor mediu a intensidade da dor; o World Health Disability Assessment Schedule 2.0 (WHODAS 2.0) avaliou a deficiência; o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão curta, avaliou o nível de atividade física. A análise estatística envolveu análise descritiva e inferencial. Na análise inferencial foi utilizado teste de regressão logística, testes de diferença de mediana e medidas de tamanho de efeito. O nível de significância estatística estabelecido foi p <0,05. Resultados: O estudo que avaliou a prevalência de dismenorreia e fatores associados, encontrou uma prevalência de 56% de dismenorreia, sendo 50% em mulheres adultas jovens, 55% em mulheres adultas e 61% para mulheres de meia idade. O parto cesáreo foi associado a maiores chances de dismenorreia (RP = 2,33; 95 % CI = 1,11 - 4,90; p=0,03) ao considerar toda a amostra, e mulheres de 25 a 39 anos, insuficientemente ativas, apresentaram maiores chances de dismenorreia (RP = 5,24; IC 95% 1,08 - 27,31; p = 0,04). No estudo que analisou a associação entre dismenorreia e incapacidade, o quadro álgico da dismenorreia durou em média três dias ou mais (66%) com intensidade média da dor, no período de crise de 6,1±2,6, na escala numérica da dor. Queixas dolorosas graves associaram-se à maiores dificuldades nos domínios mobilidade (p=0,003; η2 = 0,12), participação (p=0,03; η2 = 0,06) e escore total do WHODAS (p=0.01; η2 = 0,09), com tamanho de efeito moderado para todas as variáveis. Conclusão: O presente estudo verificou uma alta prevalência de dismenorreia entre as mulheres adultas, onde a cesariana e a insuficiência de atividade física foram fatores que tiveram associação com o maior risco de surgimento da dismenorreia A dismenorreia também esteve associada com prejuízos na funcionalidade, em que mulheres com intensidade da dor grave apresentam maior deficiência nos domínios de mobilidade e participação, quando comparadas às mulheres que apresentaram dor leve ou moderada.