Constituição da identidade profissional dos docentes encantadores

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Utta, Bergson Pereira
• Orientador(a): Gonzalez, Fredy Enrique
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
• Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Docentes encantadores; Identidade profissional; Constituição do conhecimento; Sensibilidade; Prática educativa
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
• Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49887

Esta pesquisa visa identificar as dimensões que se entrelaçam para a constituição da identidade profissional dos Docentes Encantadores tomando como foco as experiências vivenciadas por docentes na universidade. Duas compreensões foram fundamentais neste estudo: o encantamento pertinente à docência e a constituição do conhecimento. A primeira relaciona-se com a prática diária desses docentes que, conseguindo atrair, envolver e estimular os discentes para seu futuro exercício profissional, contribuem para a autoestima, o autoconhecimento, a valorização de expressões afetivas, o incentivo a criatividade e ao desenvolvimento de competências nos sujeitos aprendentes, a fim de fortalecer sua identidade como docentes, para que entendam sua atividade profissional como uma carreira. Que para alcançar a segunda, será necessário desenvolver um olhar intencional quanto ao que chega por meio da linguagem expressa pelos indivíduos e/ou os grupos, sobre a cultura que vai sendo tecida, tornando-se promotora da historicidade do mundo-vida, entrelaçado por camadas de sentido. Este conhecimento que vai se constituindo, vai fortalecendo a identidade profissional dos docentes encantadores e resvalando no agora, no instante de cada ato, prenunciando ações mais intencionais, de forma contínua, recordando o passado a fim de melhorar o presente e o futuro. A postura encantadora de um docente, requer variadas dimensões entrelaçadas à identidade profissional, aspectos que identifiquei junto aos sujeitos significantes desta pesquisa. Nesse caminho, vários estudiosos - como corredores em uma corrida – somaram comigo, possibilitando muitos entendimentos, a saber: (1) sobre a relação experiências/encantamento/pedagogias – Morin (2003ab, 2017), Bondía (2002), Heidegger (1987), Assmann (2012), Gonçalves (2008), Simka (2020), Freire (2019ab), Rossini (2008) e Chalita (2005); (2) a constituição do conhecimento – Husserl (2006) Bicudo (2010, 2011ab, 2016, 2019), Merleau-Ponty (2011), Bicudo & Afonso da Silva (2018), Ales Bello (2015), Dartigues (2005), Zilles (2007), Derrida (1994); (3) acerca da profissão docente e a identidade profissional – Freire (2019ab), Schön (1995), Nóvoa (1995), Pimenta (2018ab), Tardif (2019), Brzezinski (2002), Franco (2008), Mizukami (2008), Dubar (2005), Bolívar (2006), González (2008) e Gimeno Sácristan (1995). Após entrevista narrativa com os sujeitos significativos (docentes encantadores) oriundos do campus da Universidade Federal do Maranhão da cidade de São Bernardo-MA, a partir de uma concepção sensível e interesseira desse fazer docente, me debruçarei sob o rigor da pesquisa qualitativa de abordagem fenomenológica, com vistas à compreensão sobre as dimensões que se entrelaçam para a constituição da identidade profissional dos docentes encantadores, tendo o apoio de autores como Husserl (2006) Bicudo (2010, 2011a e 2016), Passeggi (2006) e Bolívar, Domingo & Fernández (2001). Após imersão arqueológica e contemplação hermenêutica, foi possível constatar que a docência encantadora tem muitas dimensões, nesta tese tendo alçado seis (a importância do diálogo, o compromisso dos docents em seu labor, a sensibilidade no trato e relação com os discentes, o exemplo docente como inspiração, as estratégias no ensino e a formação continuada) delas, mas que não são exclusivas, mas atinentes ao olhar dos sujeitos significativos que dela fizeram parte, no movimento que se deu no agora de cada um, entrelaçado no fluxo das vivências. Ficou evidente que a docência encantadora vai se efetivando no movimento de ser docente, de ir sentindo o trabalho educativo, pelas relações que são estabelecidas com os pares, e que se efetiva ainda mais quando há reflexão sobre a prática e quando se conhece os sujeitos que dela fazem parte. A docência encantadora é uma combinação de muitas dimensões que torna todo profissional ainda mais preparado e desejoso de fazer mais pelo outro e não apenas para si. Neste movimento, este docente vai adiquirindo uma consciência com a qual vai avançando para a constituição da identidade profissional, o que favorece a sua prática para querer exercer cada vez mais uma docência encantadora.