Diversidade e estrutura planctônica em ecossistemas aquáticos de uma região semiárida tropical: efeitos dos fatores ambientais e espaciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rocha, Wanessa de Sousa
Orientador(a): Attayde, José Luiz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26089
Resumo: Lagos em regiões semiáridas são fortemente influenciados pelo regime hidrológico. Longos períodos de estiagem causam reduções drásticas no volume de água e, consequentemente, redução nas suas vazões afluentes e efluentes e mudanças no estado trófico dos lagos. Já a estação chuvosa é caracterizada por precipitações concentradas em poucos meses do ano. Devido à diminuição da conectividade entre ambientes durante a estação seca, nós acreditamos que as comunidades biológicas podem ser afetadas principalmente pelos fatores espaciais durante esse período (i. e. limitações da dispersão) e pelos fatores ambientais locais durante os períodos chuvosos. Além disso, devido às constantes e fortes mudanças sazonais, nós também acreditamos que as características físico-químicas da água e das comunidades biológicas podem responder a essas mudanças. Neste trabalho, nós testamos a hipótese de que os períodos chuvosos podem aumentar a homogeneidade da comunidade planctônica, enquanto que os períodos secos aumentam a diversidade beta e correlacionamos as mudanças ambientais entre estações com a composição e estrutura da comunidade zooplanctônica. Para tanto, amostras foram coletadas em 40 lagos do estado do Rio Grande do Norte, localizados na Caatinga, uma região semiárida no Brasil. As amostragens foram feitas nos períodos chuvoso e seco (Capítulos um e dois). Adicionalmente, foi realizado estudo de longo-termo de dois lagos (24 meses) para testar os efeitos do aumento da severidade da seca sobre a comunidade zooplanctônica (Capítulo três). Os resultados do capítulo 1 mostraram que os 40 lagos foram mais dissimilares durante o período seco, com uma maior diversidade beta do plâncton, do que durante o período chuvoso. Variáveis espaciais (i. e. distância geográfica) explicaram mais a variância na comunidade zooplanctônica do que os preditores ambientais locais durante a estação seca. Maior diversidade beta foi observada, principalmente, para organismos planctônicos maiores (i. e. mesozooplâncton) com menor habilidade de dispersão. Além disso, no capítulo 2 observamos que durante a estação seca, os lagos tornaram mais eutrofizados, apresentando mudanças nas suas características fisíco-químicas, como também mudanças na composição dos grupos de fitoplâncton, as quais foram correlacionadas com mudanças na estrutura e composição da comunidade de zooplâncton. O monitoramento de longo- termo no capítulo 3 mostrou que os lagos estudados se tornaram diferentes ao longo do tempo. Apesar do estado eutrófico de ambos os lagos, eles mostraram uma biomassa fitoplanctônica contrastante conforme o período seco se intensificou. Como os resultados dos 40 lagos, o aumento na heterogeneidade ambiental entre os dois lagos ocasionou um aumento na diversidade beta do zooplâncton durante o período seco mesmo com a redução na diversidade alfa em um dos lagos. Concluímos que a diminuição na conectividade entre os lagos durante a estação seca pode ocasionar o aumento da heterogeneidade ambiental e da diversidade beta das comunidades planctônicas.