Lagostas, marés e mudanças na comunidade de pescadores artesanais de Maracajaú, no litoral Potiguar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Medeiros Júnior, Florizel de
Orientador(a): Miller, Francisca de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24597
Resumo: Simbolicamente, as marés podem representar as mudanças ocorridas tanto na Natureza quanto nas sociedades humanas e suas culturas, nunca estáticas, mas em processos de contínuas alterações, imprevisíveis para os homens apesar de cíclicas. As comunidades de pescadores artesanais do litoral nordestino brasileiro, como a de Maracajaú – Rio Grande do Norte, que pesquisamos, também estão sujeitas ao dinamismo das mudanças socioeconômicas que se aceleram com as trocas culturais que a globalização vem proporcionando nos últimos anos. Temos como objetivo verificar quais foram essas mudanças naquela praia, na visão dos seus habitantes e como se deram as adequações na organização social. Na metodologia, além da observação, aplicamos entrevistas abertas, como forma de percepção da realidade. Na pesquisa bibliográfica, nos baseamos em Evans-Pritchard (2007), Foster ((s/d), Marx (1983) e Velho (2013), nos trabalhos pioneiros de Cascudo sobre a jangada (1957), do Prof. Dr. Tom O. Miller e sua equipe: Francisca de Souza Miller, Daniel Augusto da Silva e Clementino Câmara Silva (1988), além de Mussolini (1972), Diegues (1983) Maldonado (1986), Klaas e Ellen Woortmann (1987 e 1991), Grankow (1996), Silva (1988), Paiva (1997), Knox (2009) e outros estudiosos da pesca artesanal no nordeste brasileiro me serviram de fonte. Um incidente ocorrido no início da década de 1960 entre o Brasil e a França, a “Guerra da Lagosta”, fez com que o crustáceo atraísse investimentos do empresariado brasileiro. Com a transformação da lagosta em mercadoria com elevado valor no exterior, os pescadores artesanais do litoral nordestino tiveram que se adaptar a novas técnicas de pesca, vendendo sua força de trabalho às empresas da pesca industrial. A captura e predatória da lagosta, levou a uma nova crise no setor pesqueiro, queda na produção do crustáceo e, ao mesmo tempo, às gerações mais jovens surgindo novas oportunidades de emprego, afastando uma grande parcela desses jovens das atividades tradicionais da pesca, se deslocando às diversas áreas dedicadas ao Turismo.