Evolução das tolerâncias climáticas em leguminosas arbóreas neotropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lopes, Milena Cordeiro de Amorim
Orientador(a): Jardim, Jomar Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21601
Resumo: A alta diversidade de plantas vasculares nos trópicos está correlacionada com diversos fatores, como, por exemplo, fatores climáticos. Alterações no ecossistema podem gerar oportunidade ecológica e impulsionar irradiações adaptativas. Todavia, alguns clados não irradiam frente a uma aparente oportunidade ecológica, algumas linhagens mantêm seus nichos conservados ao longo do tempo ou convergem para nichos similares. Este trabalho avalia a evolução das tolerâncias climáticas de uma linhagem antiga de plantas arbóreas da família Leguminosae, especificamente do clado Bowdichia integrante do grande clado Genistoide da subfamília Papilionoideae. A fim de caracterizar a evolução do nicho climático do clado, registros das distribuições geográficas das espécies foram coletados em banco de dados online nacionais e internacionais; foram efetivadas análises filogenéticas e de datação molecular; construídos modelos de nicho ecológico; calculados os índices de sobreposição; produzidos Perfis de Ocupação de Nicho (PON) no contexto filogenético; e calculada a disparidade climática através do tempo. Como resultado, foram evidenciados altos valores de sobreposição entre algumas espécies de subclados distintos, valores mais altos do que o esperado por Movimento Browniano entre outras altamente aparentadas, e baixos valores de sobreposição entre algumas espécies em um mesmo subclado. Uma heterogeneidade na ocupação de cada variável bioclimática entre as espécies foi evidenciada através dos PONs, e, levando em consideração o contexto filogenético, a irradiação das espécies, através do tempo, se deu sobre uma grande variedade de espaços e condições bioclimáticas, sendo observados eventos de convergência, divergência e conservantismo de nicho. Além disso, no que diz respeito à disparidade através do tempo, é sugerido que a evolução do clado tenha ocorrido sob eventos gradativos e tardios de diversificação ao invés de uma irradiação adaptativa rápida por oportunidade ecológica no momento anterior a irradiação do clado. O estudo reforça a teoria de que regiões com alta precipitação e alta temperatura média anual são altamente biodiversas e refuta a teoria dos refúgios pleistocênicos como explicação para a maior riqueza na Amazônia. Além disso, a maior heterogeneidade de hábitats e de ocupação de nicho não estão correlacionadas com o tempo de origem de uma linhagem. Também é sugerido que a evolução divergente tenha sido favorecida no Plio-Pleistoceno com surgimento de oportunidades ecológicas após eventos glaciais e interglaciais.