Drenagem venosa cerebral em pacientes portadores de fístula arteriovenosa dural - correlação com a apresentação clínica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo Neto, João Ferreira de
Orientador(a): Oliveira, Antônio Manuel Gouveia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30412
Resumo: Fístulas arteriovenosas durais (FAVD) são conexões arteriovenosas anormais e adquiridas, localizadas entre os folhetos durais. Os sintomas podem ser leves ou graves e estão relacionados à anatomia venosa do paciente. Nossa hipótese é que a anatomia venosa do paciente determina o desenvolvimento dos sintomas. O objetivo é identificar quais elementos da anatomia venosa são importantes no desenvolvimento de sintomas graves em pacientes com FAVD. Trata-se de um estudo multicêntrico baseado na avaliação retrospectiva da angiografia cerebral inicial de pacientes portadores de FAVD, com análise sistemática das vias de drenagem cerebrais (incluindo a drenagem da fístula), em pacientes acima de 18 anos de idade com FAVD única. Os pacientes foram divididos em dois grupos, com sintomas menores (grupo 1, n=112) e maiores (grupo 2, n=89). O grupo 2 foi subdividido em 2a – hemorragia (n=47) e 2bsintomas não hemorrágicos severos (n=42). A prevalência de estenose nas veias de drenagem da FAVD e a identificação de anastomoses finas entre territórios venosos foi significativamente maior no grupo 2 (32.6% e 19.1%, respectivamente) quando comparadas ao grupo 1 (2.68% e 5.36%, respectivamente). Estenose das veias de drenagem da FAVD foi significativamente mais frequente no grupo 2a que no grupo 2b (51.1% vs. 11.9%, p<0.001). Pacientes do grupo 2b tiveram maior prevalência de uso compartilhado da principal via de drenagem cerebral (85.0% vs. 53.2%, p=0.002), ausência de uma via alternativa (45.0% vs. 17.0%, p=0.004) e presença de estagnação de contraste (62.5% vs. 29.8%, p=0.002) quando comparado ao grupo 2a. Em pacientes com fístulas de alto grau, o grupo com sintomas maiores teve maior prevalência de drenagem em uma única direção (31.3% vs. 8.33%, p=0.003), estenose nas veias de drenagem (35.0% vs. 6.25%, p=0.000), ausência de uma via alternativa para drenagem venosa cerebral (31.3% vs. 12.5%, p=0.017) e presença de estagnação de contraste(48.8% vs. 22.9%, p=0.004). Sintomas maiores foram observados quando a drenagem venosa cerebral foi prejudicada pela competição com a fístula (predomínio no grupo 2b) ou quando as veias de drenagem da FAVD tinham características anatômicas que prejudicavam a sua drenagem, com sequente hipertensão no lado venoso da FAVD (predomínio no grupo 2a). Os mesmos achados foram observados quando comparou-se dois grupos de pacientes com lesões de alto grau, sendo um com sintomas maiores e outro com sintomas menores.