Análises estereológicas e histopatológicas do fígado da prole de camundongos submetidos a etanol durante os períodos pré e pós natal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lima, André Felipe Morais de
Orientador(a): Camillo, Christina da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33079
Resumo: Os efeitos iniciais do ETOH no organismo são bem-estar e prazer, no entanto o uso contínuo causa dependência e efeitos deletérios em órgãos importantes para a vida. Podemos observar na literatura que o ETOH consumido por mulheres durante a gravidez e/ou amamentação passa para o organismo da prole, trazendo efeitos negativos para o desenvolvimento fetal, sendo um dos principais agentes teratogênicos conhecidos. A exposição excessiva e prolongada ao ETOH no organismo de indivíduos adultos afeta a estrutura e função hepática, causando alterações presentes na Doença Hepática Alcoólica (ADL). Tendo em vista a importância do fígado para a funcionamento do organismo é importante observar e descrever se a exposição ao ETOH na gravidez e/ou lactação pode provocar danos no fígado da prole, semelhantes a ADL. Assim, o objetivo deste trabalho é através de análises histopatológicas e estereológicas a morfologia do fígado de camundongos gerados sob efeito do etanol durante a gestação e/ou lactação. Para isso, 23 camundongos (Mus muscullus) machos e fêmeas jovens, foram separados em 4 grupos: Grupo Controle (GC): n=6, prole proveniente de mães que não receberam ETOH em nenhum momento; Grupo Gestação (GEtG): n=5, prole proveniente de mães que receberam ETOH 15% apenas durante a gestação; Grupo lactação (GEtL): n=6, prole proveniente de mães que receberam ETOH 15% apenas durante a lactação e Grupo Gestação + lactação (GEtGL): n=6, prole proveniente de mães que receberam ETOH durante todo o período da gestação e lactação. Após o período de 34 a 36 dias de vida, os animais foram pesados e submetidos a eutanasia, o fígado removido e conservado para posterior processamento e analise histológica. O diagnóstico histopatológico foi obtido através da descrição qualitativa dos tecidos e escores semiquantitativos. As análises estereológicas foram realizadas para obter o volume da figura através do método de Cavaliere. Os dados obtidos foram submetidos a analise por ANOVA e post hoc de GABRIEL, com nível de significância de 5% (p<0,05). Houve redução no peso corporal ao desmame dos animais do grupo GEtL e GEtGL quando comparado aos demais grupos também houve diminuição no peso corporal final e peso do fígado do grupo GEtL quando comparado ao GEtG. Todos os grupos tratados com ETOH apresentaram danos teciduais característico da doença hepática alcoólica, como: presença de esteatose micro e macro vesicular, degeneração hidrópica e áreas sugestivas de necrose. De acordo com as análises semiquantitativas, o grupo GetGL apresentou mais danos hepáticos quando comparado com os demais grupos. A exposição do ETOH durante a fase de lactação tem efeitos negativos na nutrição da prole comprometendo o peso corporal e do fígado, em função do ETOH intervir na produção e composição do leite materno, bem como no seu consumo. As alterações histopatológicas surgem devido ao acúmulo de espécies reativas de oxigênio produzidas durante o metabolismo do ETOH afetando a estrutura dos hepatócitos. Assim, a exposição do ETOH de forma aguda nas fases de gravidez e/ou lactação mostrou efeitos deletérios para a prole comprometendo o desenvolvimento e a morfologia hepática.