Mortalidade por diabetes mellitus no Brasil: associações com fatores sociodemográficos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Lillian Karielly de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24606
Resumo: O Brasil tem enfrentado, nas últimas décadas, mudanças no seu perfil sociodemográfico, epidemiológico e nutricional. Alterações do perfil epidemiológico e demográfico foram concomitantes. A Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 não insulinodependente, se destaca como doença que tem avançado significativamente como causa de mortalidade. Ressalta-se que variáveis como idade, sexo, escolaridade e renda, podem ter um relevante poder explicativo para a mortalidade por essa doença. Assim, o objetivo geral deste trabalho é analisar e descrever o comportamento das taxas de mortalidade por DM tipo 2 (TMDM), na população brasileira, em termos de grandes regiões e UF, investigando sua associação com fatores sociodemográficos selecionados, tomando por referência o período de 2000-2015. Foram utilizadas, como fontes de dados, o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (Atlas BR-2013), do PNUD. Trata-se de um estudo descritivo e multivariado, com foco nas TMDM não insulinodependente, as quais foram padronizadas pela população do Brasil, onde as UF brasileiras foram tomadas como unidades básicas de análise, o que, também o caracteriza como estudo ecológico. Foram realizadas análises descritivas, observando-se o comportamento trienal das taxas. Foi empregado ajuste do Modelo de Regressão Linear Múltipla (MRLM), ponderado pelo tamanho da população, tomando-se a TMDM (logito da taxa média dos últimos quatro anos, 2012-15), como variável resposta e indicadores de educação, renda e pobreza, como variáveis explicativas. Também foi realizada análise estatística não paramétrica, com emprego do Teste de Mann-Whitney, para medir as significâncias das diferenças das TMDM e indicadores sociodemográficos entre dois grupos de UF, sendo um representado pelas regiões Norte e Nordeste e outro por UF das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Em todas as análises, o nível de significância foi de 5%. Os resultados apontaram associações estatisticamente significantes entre as TMDM e os indicadores sociodemográficos analisados (indicadores de pobreza, educação e desigualdade de renda). No ajuste do MRLM, a única variável estatisticamente significante, para explicar a variação das TMDM, foi o indicador de pobreza (proporção de pessoas vivendo com menos de 1/2 sm), (p-valor=0,027), apontando que, quanto mais pobre e menos desenvolvida a UF, maiores são seus níveis de mortalidade por DM (r=0,43). O Teste de Mann-Whitney mostrou diferenças estatisticamente significantes para todas as variáveis sociodemográficas e as TMDM entre os dois grupos considerados. Por fim, é possível destacar que, apesar dos avanços socioeconômicos, todas as regiões do país apresentaram crescimento em suas TMDM, notadamente naquelas com condições sociais e educacionais menos favorecidas. A necessidade de políticas públicas mais eficientes e de maior alcance social se constitui como premissa urgente no tocante a uma melhoria nessa relação saúde-espaço no Brasil.