Música na educação infantil: experiências vivenciadas e sentidos atribuídos por crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro, Áquila Rosângela Freire
Orientador(a): Lopes, Denise Maria de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49967
Resumo: Esta dissertação consiste na apresentação dos resultados de uma pesquisa realizada em um Centro Municipal de Educação Infantil localizado em um bairro situado na Zona Norte do Natal/RN. A pesquisa foi realizada com crianças com idades de cinco anos e a professora de uma turma de nível IV. O estudo tem como objetivo: analisar experiências e sentidos atribuídos à música por crianças na Educação Infantil. Sua elaboração está embasada nas seguintes premissas: a) A música é uma prática artístico-cultural do mundo dos seres humanos; b) A música na educação escolar da infância; c) A presença da música na cultura da infância e na educação infantil brasileira. A pesquisa busca responder ao problema: Em que situações as crianças vivenciam a música na Educação Infantil e que sentidos elaboram sobre essa linguagem-arte? O estudo fundamentado numa abordagem qualitativa, de inspiração etnográfica, abarcou os seguintes procedimentos metodológicos: observações do tipo semiparticipativas e entrevistas individuais do tipo semiestruturadas. Assumiu como aportes teórico-metodológicos os princípios da abordagem histórico-cultural de Lev Semenovich Vigotski acerca dos processos humanos e as proposições do dialogismo de Mikhail Bakhtin para a pesquisa nas Ciências Humanas, segundo os quais, os estudos não analisam objetos estáticos, mas processos; compreendendo-os como permanente construção de movimento/mudança; resultantes de relações; que as ações e relações entre os humanos são produções discursivas – de linguagem; e o objeto de investigação (um sujeito com voz) é o texto; a linguagem é o objeto e o método; e o que se produz são discursos-textos em interações pesquisador e pesquisados (coprodutores). A construção e análise dos dados demonstraram que: a música, enquanto prática da cultura é experimentada e significada pelas crianças no cotidiano escolar em situações: 1) mediadas pela professora, com o intuito de: a) regulação/controle do comportamento; b) ensino de conteúdos escolares e datas comemorativas; 2) produzidas pelas crianças, tendo como fio condutor: a brincadeira. Embora as situações mediadas pela professora não contemplassem a música como conhecimento sonoro-artístico e cultural, mas um mecanismo de controle das ações do coletivo infantil e recurso de aprendizagem dos conteúdos escolares e datas comemorativas; as crianças, por meio da brincadeira vivenciavam a música de diferentes modos, de acordo com os seus desejos: reinventando e parodiando canções, improvisando e imitando sons de instrumentos musicais; as crianças produziram sentidos múltiplos em relação à música, organizados em centros-eixos de sentidos: 1) Prática religiosa; 2) Artistas e produções musicais infantis e 3) Sentimentos e sensações. A principal contribuição deste estudo situa-se na compreensão de que a música é uma prática cultural que as crianças apreciam, vivenciam e desenvolvem nos contextos escolares, e, que, portanto, deve ser pensada, planejada e efetivada não como um recurso pedagógico restrito à organização do espaço e tempo da EI, mas como uma atividade cultural que desenvolve nas crianças o sentimento estético e potência às funções psicológicas culturais, promovendo o desenvolvimento integral delas.