Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Gilmar Amorim de |
Orientador(a): |
Costa, Iris do Céu Clara |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21210
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Resumo: |
A hepatite C crônica é a principal causa de doença hepática crônica avançada em estágio final, de carcinoma hepatocelular (CHC) e de morte relacionada à doença hepática. Evolui de forma progressiva no espaço de tempo de 20 a 30 anos. Taxas evolutivas variam na dependência de fatores do vírus, do hospedeiro e comportamental. Este estudo objetivou fazer uma avaliação do impacto da hepatite C, no serviço de referência em Hepatologia do Hospital Universitário Onofre Lopes - Núcleo de Estudos do Fígado - de maio de 1995 a dezembro de 2013. Foi realizada uma avaliação retrospectiva em 10.304 prontuários, com a finalidade de se construir uma coorte de pacientes com hepatite C, em que todos os indivíduos tivessem o seu diagnóstico confirmado pelo teste padrão ouro de biologia molecular. Os dados foram obtidos diretamente dos prontuários dos pacientes e registrados em planilha Excel, previamente construída, seguindo uma codificação elaborada com as variáveis de estudo, os quais se constituem em dados individuais e em fatores de prognóstico definidos pela literatura na progressão da hepatite C crônica. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUOL-UFRN com o número de parecer 448.243. Os resultados foram analisados estatisticamente, sendo o teste de Qui-Quadrado e o Exato de Fisher utilizados para verificar a associação entre as variáveis. Para a análise multivariada, usou-se o método de regressão Logística Binomial. Para ambos os testes, admitiu-se significância p<0,05 e IC de 95%. Os resultados mostraram que a prevalência de Hepatite C crônica no NEF foi estimada em 4,96%. A prevalência de cirrose por Hepatite C foi 13,7%. A prevalência de diabetes em pacientes com Hepatite C foi 8,78% e de diabetes em cirróticos com hepatite C 38,0%. A prevalência de CHC foi estimada em 5,45%. As taxas de descontinuidade do acompanhamento clínico foram estimadas em 67,5%. A mortalidade nos casos confirmados sem cirrose foi 4,34% e nos pacientes cirróticos 32,1%. Os fatores associados ao desenvolvimento de cirrose foram genótipo 1 (p = 0,0015) e bilirrubina > 1.3 mg% (p = 0,0017) . Os fatores associados à mortalidade foram idade acima de 35 anos, abandono do tratamento, diabetes, uso de insulina, AST > 60 UI, ALT > 60 UI, bilirrubina total alta, TAP alargado, INR alto, albumina baixa, suspensão do tratamento, cirrose e hepatocarcinoma. A ocorrência de diabetes mellitus elevou a mortalidade de pacientes com hepatite C em 7,2 vezes. Variáveis associadas ao diagnóstico de cirrose por US foram doador de sangue (odds ratio 0,24, p= 0,044) e atleta profissional (odds ratio 0,18, p = 0,35). É razoável considerar uma reavaliação nos modelos de screening para CHC propostos atualmente. A condição de cirrose e diabetes modifica a evolução clínica de pacientes com hepatite C crônica, tornando-a uma doença com maior mortalidade. Entretanto, ser doador de sangue ou atleta profissional é fator de proteção que reduz o risco de cirrose, independente do consumo de álcool. Políticas públicas para melhor acessso, acolhimento e resolutividade são necessárias para esta população. |