Uma leitura sobre o corpo feminino em A via crucis do corpo, de Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Comissário, Ana Paula Pereira
Orientador(a): Araújo, Rosanne Bezerra de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25763
Resumo: A presente dissertação pretende investigar de que modo o corpo feminino se configura em alguns contos do livro A via crucis do corpo (1991), de Clarice Lispector (1920- 1977). Nessa coletânea de contos, o corpo feminino adquire contornos mais complexos ao vir atravessado por questões, como a sexualidade e a velhice. Tentaremos analisar como os discursos de gênero e sexualidade operam na formação identitária das personagens, reafirmando ou negando concepções hegemônicas do que vem a ser mulher. Para tanto, selecionamos os contos “Ruído de Passos”, “Mas vai chover”, “Ele me bebeu” e “Praça Mauá”, os quais foram mais representativos para a análise do corpo feminino, da velhice e da sexualidade. Como aporte teórico, adotamos a crítica literária feminista (2003), a noção de velhice de Beauvoir (1990) e as contribuições sobre corpo, gênero e sexualidade de Butler (2003), Louro (2001), Foucault (2015) e Weeks (2001). As análises dos contos apontam para o caráter ficcional das categorias sexo e gênero, na medida em que um sexo (corpo biologicamente diferenciado), sem o gênero que lhe atribui culturalmente um significado, é um corpo vazio. Assim, se não são naturais, propomos a sua subversão, como fazem até certo ponto as personagens das narrativas, adotando performatividades que cruzem as fronteiras binárias em direção à libertação dos corpos e suas potencialidades.