O ensino da instrumentalidade do serviço social no Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Araújo, Ana Lígia Alcindo Silva
Orientador(a): Santos, Silvana Mara de Morais dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26556
Resumo: Com o surgimento do neoliberalismo e a imposição do Estado mínimo, as políticas sociais são marcadas por diversos retrocessos, mormente a de educação pois atualmente se vê afetada pela crise estrutural do capital e o ensino torna-se mercadoria. Como resultado tem-se a proliferação de cursos universitários em condições que comprometem a qualidade da formação, principalmente pela expansão dos cursos a distância, com tempo mínimo e desvinculados da pesquisa e produção de conhecimentos, bem como da extensão. Esse processo focaliza-se na lógica do mercado capitalista que não aprofunda o conhecimento capaz de garantir uma formação humana integral, com um saber amplo, consciente e crítico. E como consequência, temos um aumento de diplomados desempregados. Diante disso, a educação se vê frente a duas possibilidades: contribuir para reprodução da ordem capitalista, ou contribuir para a superação dessa ordem. Nesse contexto vislumbramos o acirramento das racionalidades formal-abstrata e crítico-dialética e consequentemente o pensamento conservador fortalecido pela ideologia neoliberal invade todas as esferas da vida social, na busca de fortalecer o individualismo, a fragmentação, o pragmatismo, burocratismo e a desistorização dos fatos sociais. Todas as mudanças desse sistema produtivo impactaram a formação profissional em Serviço Social, exigindo da profissão, uma instrumentalidade cada vez mais crítica, isto é, um rigoroso trato teórico-metodológico, ético-político e técnico-operativo diante da ofensiva conservadora em curso, do desmonte do ensino superior e uma articulação das entidades representativas do Serviço Social na luta incessante por uma educação laica, pública e de qualidade. Com esses determinantes estruturais/conjunturais postos na realidade social faz-se necessário fortalecer o debate da instrumentalidade do Serviço Social nos moldes contemporâneos, então este trabalho tem como objetivo apresentar as fundamentações teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa dessa instrumentalidade na formação profissional dos cursos de Serviço Social no âmbito público e privado no estado do Rio Grande do Norte. O lócus da pesquisa foram três instituições de ensino superior, a saber: UFRN), UERN e UNIFACEX. Realizamos entrevistas semi-estruturadas com doze docentes e três discentes, totalizando 15 pessoas entrevistadas. Como resultado da pesquisa, consideramos que: o Serviço Social brasileiro constrói em seu processo de renovação, do congresso da virada em 1979 aos dias atuais, uma cultura crítica, que especialmente a partir dos anos 2000 aprofundou o entendimento sobre instrumentalidade; na formação profissional no Rio Grande do Norte, a discussão da instrumentalidade situa-se neste debate em nível nacional e está ocorrendo de uma forma transversal nas estruturas curriculares; a fundamentação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa está em consonância com o debate hegemônico na profissão. Entretanto, os alunos continuam supervalorizando a dimensão operativa. Assim, fica evidente que muitos são os determinantes que explicam tal descompasso, destacamos os seguintes: as relações sociais capitalistas que reforçam a separação entre teoria e prática e um modo de pensar pragmático; a conjuntura neoliberal que traz implicações na apreensão e concepção de mundo dos discentes, determinando precárias condições objetivas e subjetivas, a exemplo: insuficiência de leitura, jornadas intensas de trabalho e∕ou estágio não-obrigatório, não identificação com o curso, não apreensão de conteúdos de outras disciplinas. Em suma, é um desafio para os docentes trabalharem esta temática diante de um cotidiano marcado pela racionalidade formal-abstrata.