Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Neves, Lívia Rodrigues |
Orientador(a): |
Soares, Bruno Lobão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30274
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Resumo: |
A formação de novas memórias é uma das capacidades cognitivas indispensáveis aos seres humanos e a outros animais. Um dos processos envolvidos na codificação de novas memórias episódicas é a separação de padrões, que reduz a interferência entre informações sensorialmente similares e como efeito pode facilitar a formação de uma nova memória que represente de forma mais refinada o ambiente. Estudos anteriores revelaram a associação de oscilações neurais, como teta e gama, com a codificação de informações mnemônicas no hipocampo, uma das principais regiões encefálicas associadas à formação de memórias episódicas. No entanto, a relação dessas oscilações com o processamento de separação de padrões no hipocampo não está ainda bem elucidada na literatura. Portanto, neste projeto focamos no processo de separação de padrões espaciais usando o paradigma de reconhecimento de objetos, e suas repercussões nos ritmos neurais do hipocampo, por meio de uma investigação comportamental e eletrofisiológica; nessa última avaliamos o envolvimento das oscilações neurais teta e gama na discriminação da novidade espacial de objetos deslocados em duas condições chamadas de alta (AI) e de baixa interferência (BI). Para isso, padronizamos um novo protocolo comportamental e realizamos o registro simultâneo do potencial de campo local (LFP) das áreas CA1, CA3 e giro denteado (DG) de ratos Wistar machos adultos. Como resultado, vimos que (1) os animais demonstraram preferência pela exploração do objeto deslocado em ambas as condições de testes, e que (2) o índice de discriminação foi maior para condições de baixa do que de alta interferência, ou seja, quando o objeto se encontra mais deslocado de sua posição original. Como resultados da investigação eletrofisiológica, observamos que (1) não houve diferença significativa na banda teta (6-10 Hz), (2) não houve diferença significativa na área do DG e que (3) houve um aumento de potência da banda de gama nas áreas de CA1 e CA3 do hipocampo dependendo do objeto a ser explorado. Na comparação entre objetos deslocados em BI e AI, CA3 apresentou maior potência de gama baixa (35-55 Hz) durante exploração do objeto mais deslocado da sua posição original (ou seja, condição de BI). Ao comparar entre os objetos deslocados e estacionários em cada um dos testes, verificamos que CA1 apresentou maior potência nas bandas de gama baixa e gama alta (65-90 Hz) durante a exploração do objeto estacionário. Nossos resultados sugerem que a potência das oscilações gama em CA1 está relacionada a momentos de evocação da memória de objetos previamente encontrados em suas posições originais, enquanto a potência da banda de gama baixa em CA3 está relacionada a momentos de codificação das novas localizações espaciais dos objetos. Esses achados fornecem um recorte da dinâmica de processamento neural subjacente à resolução da tarefa, e indicam que diferentes áreas da circuitaria hipocampal estão diferencialmente envolvidas na separação de padrões espaciais. |