Pegadas ambientais da alimentação e sua relação com fatores socioeconômicos e práticas de compras de alimentos: Estudo BRAZUCA Natal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Hatjiathanassiadou, Maria
Orientador(a): Seabra, Larissa Mont'Alverne Jucá
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49837
Resumo: Repercussões negativas ocasionadas pelos sistemas alimentares atuais evidenciam a urgência da adoção de dietas mais saudáveis e sustentáveis. A análise dos impactos ambientais provenientes da dieta e práticas alimentares de populações pode auxiliar na identificação de soluções para o alcance de uma alimentação sustentável, considerando as dimensões ambientais, sociais e econômicas. Este trabalho tem como objetivo estimar as pegadas ambientais da alimentação (PA) de pessoas residentes em Natal/RN e suas associações com características socioeconômicas e práticas de compra de alimentos. Foram utilizados dados de 411 pessoas com idade ≥20 anos, participantes do Estudo BRAZUCA Natal. Os dados da alimentação foram obtidos por meio de um Questionário de Propensão (QP), onde foram avaliadas a frequência de consumo de grupos de alimentos. As PA (Pegada Hídrica - PH, Pegada de Carbono – PC, e Pegada Ecológica - PE) foram estimadas considerando padronização para 1.000 kcal/dia. Investigou-se a relação entre variáveis socioeconômicas e demográficas, práticas relacionadas à compra de alimentos com as PA. Para verificar diferença dos valores das PA entre categorias de cada variável foram realizados os testes de U de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, e para avaliar associações entre as PA e demais variáveis foi realizada a divisão das PA em tercis e feita a análise de correspondência. O valor estimado per capita da PC, PH e PE da alimentação foi de 1.901,88 gCO2eq/pessoa/dia/1.000 kcal, 1.834,03 L/pessoa/dia/1.000 kcal e 14,29 m2 /pessoa/dia/1.000 kcal, respectivamente. As carnes foram os alimentos que mais contribuíram para o valor de todas as três pegadas, com destaque para carne vermelha (PC e PH) e peixe (PE). Os maiores valores de PC e PH foram observados em adultos, do sexo masculino, de raça branca, de maior renda familiar per capita, de maior escolaridade, que realizaram mais refeições em lanchonetes, consumiam mais fast food e utilizavam mais serviços de delivery de alimentos. Menores valores de PA foram observados em idosas, do sexo feminino, de raça não branca, com menor renda familiar per capita, menor escolaridade, que realizavam menos refeições em lanchonetes, consumiam menos fast food e utilizavam menos os serviços de delivery de alimentos. Pessoas que apresentaram as maiores PA consumiam mais carne vermelha, laticínios e produtos ultraprocessados, enquanto as com menores PA consumiam mais frango, pão, açúcar, cuscuz e tapioca. Os achados apontam que melhores práticas alimentares estavam associadas a menores PA, no entanto é importante destacar a relação entre PA mais baixas com aspectos de vulnerabilidade socioeconômica da população. Reconhecer essas relações possibilita a adoção de ações de âmbito individual e coletivo visando a promoção de dietas mais saudáveis e sustentáveis para todos.