Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Galindo, Leonardo da Silva |
Orientador(a): |
Azevedo, Francisco Fransualdo de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/25502
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Resumo: |
A partir dos anos 2000, o uso do território pelo setor de confecções de artigos do vestuário ganhou novo impulso no Rio Grande do Norte (RN) por meio da disseminação de estabelecimentos e empregos para municípios do interior do estado. Desde 2013 com a criação do Programa de Industrialização do Interior (Pró-Sertão) essa dinâmica se acentua ao mesmo tempo em que ocorreu a diminuição dos postos de trabalho na Região Metropolitana de Natal (RMN). Por sua vez, os estabelecimentos localizados no interior realizam apenas a etapa da costura de peças do vestuário, estando subordinados às indústrias localizadas na RMN. Assim, nosso objetivo geral é entender como o uso corporativo do território evidenciado a partir das “facções” de costura e de programas como o Pró-Sertão contribui para a reorganização espacial do setor de confecções de artigos do vestuário no Rio Grande do Norte. Os procedimentos metodológicos utilizados envolvem a pesquisa bibliográfica, coleta e sistematização de dados secundários e trabalho de campo. A partir deste último foram produzidos dados primários envolvendo 66 facções de costura em 15 municípios de todas as mesorregiões do estado. A análise revela que o RN participa da divisão territorial do trabalho industrial no Brasil a partir da produção de confecções de artigos do vestuário em função da oferta de mão de obra barata em relação ao Sul e ao Sudeste, e pela existência de um aparato normativo que estimula o crescimento do setor. As maiores indústrias, localizadas na RMN, num processo de mudança organizacional passaram a terceirizar a etapa da costura junto a unidades produtivas menores localizadas no interior do estado, com o objetivo de diminuir os custos com investimentos e encargos relacionados à manutenção da mão de obra. Tal processo se apoia na constituição do uso corporativo do território, a partir do qual diversos agentes, em solidariedade organizacional desempenham cada um, papel específico no sentido de realizar os interesses das grandes indústrias, as quais controlam todo o processo produtivo. A Tipologia e topologia das facções de costura evidenciam uma maior densidade de empresas e diversidade de tipos em Jardim do Seridó, São José do Seridó e Parelhas. O maior dinamismo da atividade no Seridó potiguar está relacionado às menores possibilidades de acesso ao emprego formal, sobretudo nos pequenos municípios, em que há um expressivo exército de reserva de mão de obra disponível para ser explorado nas facções de costura. Nesse contexto, a abertura de facções possibilitou uma maior dinâmica econômica em parte do Seridó e o aumento da oferta de empregos, de modo que a reorganização espacial da atividade econômica levou a um processo de especialização produtiva, com lugares onde mais da metade da população com emprego formal trabalha no ramo de confecções. Já no Agreste e Leste potiguar, a proximidade com Natal e Parnamirim e a existência de uma rede de transporte público permite à população de seus municípios maiores possibilidades de acesso ao emprego formal, o que explica uma menor incidência e o menor dinamismo das facções de costura. Em Natal e Parnamirim, o preço da terra e os custos com a manutenção da mão-deobra (transporte e alimentação) levaram ao declínio do número de facções. |