Uso da ventosaterapia nas disfunções musculoesqueléticas: pesquisa sobre perfil, formação, prática clínica e atualização científica de fisioterapeutas brasileiros e proposta de protocolo de intervenção para indivíduos com osteoartrite do joelho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pontes, Nayara da Silva
Orientador(a): Souza, Marcelo Cardoso de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/47650
Resumo: A ventosaterapia tem sido amplamente utilizada pelos fisioterapeutas na prática clínica para o suposto controle dos sintomas em várias disfunções musculoesqueléticas. Os mecanismos de ação e os efeitos clínicos desse recurso ainda não são bem conhecidos, e atualmente, questiona-se a sua eficácia. Dentre as várias desordens crônico-degenerativas, a osteoartrite é muito prevalente em toda a população mundial, o joelho é a articulação mais acometida, e não existem estudos de alta qualidade metodológica sobre o tratamento com ventosa para essa doença. O objetivo geral do primeiro estudo é investigar o perfil, a formação, a prática clínica e as atualizações científicas de fisioterapeutas brasileiros que utilizam a ventosa como recurso terapêutico no tratamento de disfunções musculoesqueléticas. Já o objetivo do segundo estudo é propor um protocolo de intervenção para avaliar os efeitos da ventosaterapia na dor, função e qualidade de vida de indivíduos com OAJ. O primeiro estudo é transversal, com abordagem quali-quantitativa, por meio de um questionário online, do qual participaram 646 fisioterapeutas, que afirmaram utilizar a ventosa como recurso terapêutico em disfunções musculoesqueléticas na sua prática clínica. Observamos nos resultados que a ventosaterapia tem sido utilizada na prática clínica por fisioterapeutas, em sua maioria recém-formados em instituição privada, com pouca experiência profissional. A alta procura por parte dos pacientes, as recomendações de amigos/profissionais e o recurso se popular entre os fisioterapeutas foram os principais motivos do interesse na técnica, que vem sendo utilizada com maior frequência após os resultados positivos relatados pelos pacientes. Como conduta terapêutica, ela é muitas vezes associada a outros recursos terapêuticos manuais. O fácil acesso, o baixo custo e o fácil manuseio são os principais facilitadores para o uso da ventosa. Entretanto, a escassez de evidências científicas com boa qualidade metodológica foi elencada como a principal barreira para o seu uso. Dessa forma, os fisioterapeutas utilizam a ventosa na prática clínica, sustentada por dois pilares da prática baseada em evidências – a experiência do terapeuta e as preferências do paciente –, com menor uso do terceiro pilar, que envolve a utilização da melhor evidência disponível. No segundo estudo, para avaliar os efeitos da ventosaterapia em indivíduos com OAJ, foi proposto um protocolo para ensaio clínico controlado aleatorizado. Serão recrutadas 62 mulheres com diagnóstico de OAJ, com base nos critérios clínicos do American College of Rheumatology, aleatoriamente alocadas em dois grupos (31 por grupo): grupo ventosa e grupo ventosa-sham. A intervenção será realizada durante 15 minutos, 2 vezes por semana, ao longo de 6 semanas consecutivas, totalizando 12 sessões. Ambos os grupos serão avaliados em 4 momentos: antes da intervenção (T0), após 3 semanas de intervenções (T3), ao final do protocolo (T6) e 4 semanas após o fim da intervenção (follow-up – T10). Os desfechos analisados serão: dor pela escala numérica de dor; função física pelo WOMAC; funcionalidade pelos testes subir/descer escadas; caminhada rápida em 40 m e sentar/levantar da cadeira em 30s; qualidade de vida pelo SF-36; e avaliação da percepção global de recuperação.