Estimulação transcraniana por corrente contínua no transtorno de ansiedade generalizada: um estudo randomizado duplo cego

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Ana Lúcia de
Orientador(a): Freitas, Rodrigo Pegado de Abreu
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/27860
Resumo: Introdução: A ansiedade é um transtorno que que vem acometendo um número substancial de indivíduos, apresentando uma prevalência de 9,3% de pessoas acometidas no Brasil, sendo esse o país de maior prevalência dessa patologia entre os países da América. Dentre os transtornos de ansiedade encontra-se o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), sendo caracterizado, principalmente, por tremores, hipotonia muscular, hiperventilação, sudorese, palpitações, apreensão, inquietação, distratibilidade, perda de concentração e insônia, fazendo com que haja prejuízos na vida funcional, social, afetiva e cognitiva do indivíduo, havendo, assim, a necessidade de um tratamento eficaz que possa minimizar esses efeitos que o TAG traz para os sujeitos acometidos. Uma das técnicas que vem sendo usada, com resultados positivos, para tratamentos de alguns transtornos psiquiátricos é a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC), a qual é uma técnica de neuromudulação, não invasiva, que, através de uma microcorrente elétrica de 1 a 2 mA provoca estimulação ou inibição da atividade neuronal. Essa estimulação provoca mudanças específicas no comportamento e na atividade motora de indivíduos mediante modulação de áreas específicas do cérebro. Apesar de muitos estudos da ETCC em transtornos de humor, como a depressão, e de alguns estudos em transtornos de ansiedade, como o pânico, ainda são incipientes os estudos da ETCC com o TAG. Assim, tem-se a necessidade de avaliar quais os efeitos que a ETCC pode apresentar em pessoas acometidas pelo TAG, sendo esse um transtorno recorrente na sociedade. Objetivos: analisar quais os efeitos da ETCC em pessoas acometidas pelo TAG, apresentando as possíveis melhoras dos sintomas da doença. Materiais e métodos: O estudo teve como delineamento um Ensaio Clínico Randomizado Duplo-Cego, contou com uma amostra de 30 participantes, de ambos os sexos, com idade entre 20 e 40 anos, que tinham o diagnóstico clínico de TAG, de acordo com os critérios da American Psychiatric Association (DSM-V) e foi realizada na Climaf (Mossoró-RN), em local reservado e restrito. Os participantes foram divididos em dois grupos, sham (placebo) e experimento, sendo a alocação realizada de forma randomizada e duplo-cega. Os instrumentos utilizados para avaliação da ansiedade foram a BAI e a Escala de Hamilton. Para avalição de sintomas depressivos, a BDI. Para sintomas de stress, o inventário de estresse da Lipp. E para avaliação da afetividade, a escala PANAS. Foi utilizado testes paramétricos, tendo como nível de significância o p≤0,05. Resultados: Não foram encontradas diferenças para os desfechos primário e secundário. No entanto, foi encontrada uma melhora significativamente maior no grupo ativo para os sintomas físicos de estresse. Embora as análises intragrupo tenham mostrado diminuição nas escalas de ansiedade, estresse, afetividade negativa e depressão, nenhuma comparação intergrupos mostrou diferença significativa. A melhora nos aspectos físicos do estresse no TAG pode melhorar a satisfação com a vida, a função cognitiva e o bemestar psicológico. Conclusão: Os principais resultados deste estudo controlado por placebo indicam que cinco sessões de ETCC anódica sobre o Córtex Pré-Frontal Dorsolateral não melhoraram os sintomas de ansiedade e humor em pacientes com TAG. No entanto, o protocolo mostrou melhora nos sintomas físicos de estresse.