Tartarugas-verdes ameaçadas de extinção na Bacia Potiguar, Nordeste, Brasil: perspectivas para a conservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Farias, Daniel Solon Dias de
Orientador(a): Amaral, Viviane Souza do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - PRODEMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/48567
Resumo: As altas taxas de encalhes anuais de tartarugas-verdes (Chelonia mydas) registradas nos últimos anos no Brasil, e mais especificamente na região da Bacia Potiguar, trazem à tona a necessidade de se entender a presença da espécie na região, assim como suas principais ameaças. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou analisar o padrão de ocorrência da tartaruga-verde na Bacia Potiguar, região compreendida entre litoral setentrional do Rio Grande do Norte (RN) e leste do Ceará (CE), caracterizando geneticamente os estoques populacionais da espécie, assim como avaliando o impacto dos detritos antropogênicos e a bioacumulação de elementos químicos nos tecidos dos espécimes encontrados encalhados na região. A análise da composição genética demonstrou uma grande diversidade haplotípica das tartarugas-verdes da Bacia Potiguar, com predomínio dos dois haplótipos mais registrados no litoral do Atlântico Sul Ocidental (CM-A8 e CM-A5). Através da adaptação de uma ferramenta utilizada para análise de dieta, o Índice Alimentar (IAi), foi possível acessar o impacto dos detritos antropogênicos, principalmente do plástico flexível transparente em tartarugas juvenis (JUVI), o que está associado ao hábito alimentar costeiro e de superfície da espécie, onde ocorrem as maiores concentrações de fragmentos de plástico, associados a algas flutuantes. A avaliação da contaminação por elementos químicos (THg, Cu, Cd, Ag e Se) em tecidos (fígado, músculo e rins) de tartarugas-verdes, revelou níveis de contaminação, até então desconhecidos para esses animais na Bacia Potiguar, reforçando o papel das tartarugas marinhas como sentinelas da qualidade do ecossistema marinho. Nossos achados aumentam o entendimento da composição dos estoques populacionais de C. mydas na costa brasileira que, associado ao diagnóstico dos impactos causados pelos detritos antropogênicos e contaminantes, principalmente em áreas menos estudadas, como os sítios de alimentação de tartaruga-verde, contribuem para uma maior organização das estratégias de recomposição de áreas de nidificação, com consequente melhoria no status de ameaça da espécie no Brasil e no mundo.