O movimento da desconfiança: mudanças na forma edificada após intervenções viárias - o caso da Via Mangue, Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Melo Júnior, Sílvio Pereira Bezerra de
Orientador(a): Trigueiro, Edja Bezerra Faria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49708
Resumo: Este trabalho visa ampliar a compreensão sobre nexos entre forma do ambiente construído e indícios de insegurança. Os casos estudados, os bairros do Cabanga e de Boa Viagem, no Recife, Pernambuco, são apresentados a partir de uma breve revisão do processo histórico de ocupação focando desde o início do século XX às últimas grandes intervenções viárias em 2016, com foco na Via Mangue, uma via expressa de 4,5km de extensão contornando os bairros. A investigação explora a incidência de transformações no conjunto edilício em áreas que sofreram mudanças mais acentuadas na estrutura espacial pela inserção da Via Mangue. Dados gráficos e numéricos resultantes da análise da configuração do espaço foram comparados a dados levantados quanto a dispositivos de segurança acoplados aos edifícios (câmeras, cercas eletrificadas, outros). A revisão bibliográfica revelou ideias dicotômicas entre permeabilidade e defensibilidade do espaço como estratégia de promoção de segurança, assim como o papel da configuração do espaço enquanto agente que fomenta ou arrefece a sensação de insegurança. Na pesquisa que fundamentou esta dissertação, resultados sugerem que as mudanças na estrutura espacial da cidade coincidiram com o recrudescimento no emprego de artifícios de distanciamento entre espaço privado e espaço público, seja através da própria arquitetura ou de elementos acoplados a ela. O mercado imobiliário, sinalizando vantagens do ganho em acessibilidade, vem oferecendo ali novos empreendimentos ainda mais fortificados que os preexistentes. Ainda que não seja uma tendência homogênea, o incremento no potencial de movimento verificado em algumas das vias estudadas parece ter suscitado mais desconfiança em relação ao espaço público, e afastamento dos princípios recomendados como favoráveis à segurança e animação urbanas na literatura revisada.