Configuração e trajeto: adequação da configuração viária ao ciclismo urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Figueira, Agatha Knox
Orientador(a): Trigueiro, Edja Bezerra Faria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/55190
Resumo: Neste trabalho estuda-se a relação entre acessibilidade topológica do sistema viário e pedalabilidade em trajetos desenvolvidos por ciclistas, tendo como estudo de caso a cidade de Natal, RN, Brasil. Pedalabilidade é aqui compreendida como conjunto de qualidades do ambiente urbano favoráveis ao uso do modo de transporte. O problema central de como a forma urbana facilita ou dificulta o uso da bicicleta como meio de transporte urbano foi investigado pelas perspectivas morfológica e fenomenológica. Buscou-se aferir efeitos da configuração sobre a natureza dos trajetos, mediante o emprego de análise sintática do espaço, e delinear perfis e demandas de ciclistas na cidade através de informações obtidas em questionários e entrevistas. A acessibilidade topológica da cidade de Natal foi estudada e quantificada através de representações lineares do seu sistema viário, e valores resultantes foram comparados com a localização de ocorrências de acidentes de trânsito envolvendo ciclistas, cicloestruturas implantadas e trajetos. Foi identificada grande incidência de acidentes de trânsito entre ciclistas em vias com alto potencial de atravessamento e fortes demandas por infraestrutura cicloviária, como ciclovias, bicicletários, e outros equipamentos. A análise sintática do espaço demonstrou associação direta entre a (in)segurança no trânsito para ciclistas e a acessibilidade topológica: as vias mais escolhidas em determinados raios (entre 3 e 5 km no caso de Natal) concentram tanto trajetos quanto acidentes. No entanto, a localização de cicloestruturas não coincide com os locais onde há maior risco de acidentes, e sim com as regiões de concentração de renda, onde, embora se localizem algumas vias de alta acessibilidade, são deixadas de fora muitas das vias mais movimentadas e mais utilizadas por ciclistas para se movimentar através da cidade. Ou seja, a implantação de cicloestruturas na cidade não tem sido orientada pelo objetivo teórico de uma cicloestrutura – mitigar a insegurança no trânsito vivida por ciclistas – pois se concentra não nas vias com maior risco, mas em regiões de maior renda e menor densidade populacional, muitas vezes em vias de pouco movimento, contribuindo para a concentração de infraestrutura pública em regiões já economicamente privilegiadas, e como fator de valorização e especulação imobiliária.