Mil Ribeiras: uma cartografia das heterotopias, disciplinamentos e rasuras na produção do espaço urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cunha, Carlos Henrique Pessoa
Orientador(a): Silva, Josimey Costa da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32487
Resumo: Esta pesquisa, em todos os seus mapas, perseguiu a dinâmica de produção de estados de heterotopias em um espaço urbano – o bairro da Ribeira, Natal/RN – no sentido de compreender quais fluxos de poder atuaram, sempre em conexão, num tipo de composição que coincide justamente com a própria feitura do espaço. A Ribeira, assim como qualquer outro, não é um bairro que permaneceu inalterado no decurso do tempo, ou seja, não podemos falar nem do seu início nem do seu fim, mas tão somente no dinamismo de sua constante produção. Quantas Ribeiras existiram e existem no mesmo recorte geofísico, por vezes simultaneamente, e quais os fluxos de poder que se coadunaram ao longo do tempo (século XX e XXI), impulsionando agenciamentos coletivos que maquinaram todas essas Ribeiras? Pelo fato de ser uma das mais antigas áreas de povoamento de Natal e parte daquilo que foi oficialmente determinado como centro histórico da cidade, a Ribeira se prestou bem à proposta da tese, pois permitiu cartografar como os fluxos molares e moleculares se compuseram no tempo, produzindo territorialidades existenciais, movimentos de desterritorializações e de reterritorializações. Buscamos desvelar os momentos de cruzamentos (não num sentido de oposição, mas de conexão) entre as diversas linhas de segmentaridades, presentes na construção da Ribeira, isto é, como as linhas duras e molares atuaram para normatizar, disciplinar e criar rostos para o espaço e para as vidas que poderiam ou não lá se efetuar, enquanto que pulsões de vidas menos domáveis e dissidentes moveram-se para arrancar as máscaras, destroçar os rostos e apontar para a criação de novos mundos. Dessa forma, intentamos tensionar as narrativas urbanas com foco unicamente em projetos urbanísticos disciplinantes, como os programas de capturas retrotópicas sobrecodificantes (CRS) de centros históricos. Pensamos em outras possibilidades de experienciar, comunicar-se e consumir o urbano, entrevendo e fazendo emergir textos urbanos rasurados e em marginália, que não negam as forças normativas, mas trazem novos elementos às realidades. Essa experiência acadêmica, se conectou visceralmente com a filosofia aberta da multiplicidade, proposta por Deleuze e Guattari, que apontou novos caminhos teóricos, epistemológicos e metodológicos.