Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
França, Katia Cilene Ferreira |
Orientador(a): |
Campos, Sulemi Fabiano |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24926
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objeto de estudo a relação dialógica entre o sujeito e o discurso outro que constrói a filiação teórica na escrita do pesquisador em formação, especificamente em teses de doutorado. Partindo da perspectiva de que o dialogismo é o fundamento da linguagem (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 2006), de que todo enunciado se faz em meio a já-ditos e como tal carrega uma genealogia (BAKHTIN,2003), observável na materialidade da língua, elaboramos nossas questões de pesquisa: Como o dialogismo engendra a filiação teórica na escrita acadêmica? O que as formas linguísticas mostram sobre a genealogia que estabelece essa escrita? Nossa hipótese é de que a filiação teórica é um processo produtor de sentidos, possível de ser observado e compreendido a partir de uma série de operações linguísticodiscursivas realizadas pelo sujeito, que elabora sua escrita em diálogo com diferentes vozes. Definimos como objetivo geral compreender como o dialogismo engendra a filiação a partir do levantamento e da análise de operações linguístico-discursivas observáveis na materialidade de teses de doutorado. A construção da dúvida, da hipótese, do objetivo e a busca de respostas baseia-se ainda nos estudos enunciativos de Benveniste (2005,2006) e Authier-Revuz (1998, 2004) sobre a relação entre o sujeito e o discurso outro, impressa nas formas da língua, e nos estudos antropológicos de Lévi-Strauss (1982) sobre o peso da cultura para a formação de famílias e para funcionamento de sistemas de parentesco no qual os membros assumem lugares e funções distintas. Esse diálogo interdisciplinar fez emergir perguntas específicas sobre: Que tipo de vozes o sujeito convoca para mostrar-se como filiado? Como dialoga com elas? Que lugar e função são atribuídos às vozes convocadas? Tomamos como corpus um conjunto de teses de doutorado, coletadas na biblioteca virtual Domínio Público. Tratamos, metodologicamente, essas operações linguístico-discursivas como indícios (GINZBURG, 1989) que deixam ver e categorizar as vozes que constituem a filiação teórica. Os resultados obtidos confirmam a hipótese levantada e mostram que, pela materialidade da escrita, é possível observar distintos arranjos familiares, definidos a partir do diálogo que o pesquisador estabelece com a voz do outro em diferentes níveis de alteridade. |