Currículo da vida do corpo trans: corpos performatizados na escrita de si

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Marinho, Laissa Christina Cavalcante Arruda
Orientador(a): Ribeiro, Vândiner
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50785
Resumo: Este trabalho foi desenvolvido a partir do corpus de pesquisa as escritas de si que performatizam modos de ser mulher e modos de ser homem no Currículo da Vida do Corpo Trans, e tem como problema de pesquisa o molde como os discursos generificados a partir das escritas de si constituem performatividades, ensinamentos e aprendizagens neste recorte sócio-biológico. Essa dissertação se encarregou de analisar os discursos generificados divulgados a partir das escritas de si na constituição de performatividades, os ensinamentos e as aprendizagens que produzem o Currículo da Vida do Corpo Trans. Trata-se de uma pesquisa baseada nos estudos de currículos, gêneros e sexualidades, além de estudos com inspiração em Michel Foucault. Para a construção do material de análise, usou-se como metodologia a escrita (auto)biográfica, a fim de tomar como empréstimo o conceito de escrevivência de Conceição Evaristo, como narrativa da vida cotidiana. Este trabalho utilizou o gênero carta como instrumento para o registro das narrativas. A análise do discurso, de inspiração foucaultiana, foi a ferramenta utilizada para o tratamento dos dados a partir de recorrências encontradas nas missivas. A pesquisa teve por objetivos, a partir do Currículo da Vida do Corpo Trans, identificar os discursos generificados que dizem sobre o corpo de pessoas trans; analisar quais ensinamentos e quais aprendizagens sobre o corpo trans estão presentes nas cartas; problematizar normatizações e normalizações acerca dos modos de viver e de estar no mundo; analisar os processos de subjetivação e nomear as posições de sujeitos produzidas no currículo analisado; e localizar as performatividades de gênero presentes nas escritas em análise. Para isso, alguns conceitos se fizeram centrais. A saber: currículos, gêneros, processos de subjetivação, práticas de significação, norma, normal, anormal, transgeneridade, corpo. Como resultado, observou-se que o currículo analisado produz posições de sujeito mulher-trans e homem-trans, muitas vezes em consonância com as posições de sujeito mulher-cisgênero e homem-cisgênero, numa tentativa de produzir uma mulher e um homem padrão-cisgênero a partir de práticas que seguem sendo reiteradas para/na sociedade, bem como a constante reprodução de discursos biológicos e machistas. Apesar de, foi possível perceber rupturas nas expectativas de gêneros mesmo após os indivíduos transacionarem de gênero, além do combate e incômodo por discursos cisheteronormativos. Evidenciou-se que o discurso sobre a comunidade transgênera, de que indivíduos trans nasceram em corpos errados, já não é mais uma máxima e que os corpos têm assumido performances híbridas, se pensado no espectro binário de gênero.