Análise dos determinantes sociais da saúde a partir das falas de familiares e usuários do CAPS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Medeiros, Marilia Rute de Souto
Orientador(a): Tavora, Rafaela Carolini de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - FACISA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/30381
Resumo: Introdução: Saúde mental é um termo utilizado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional de uma pessoa, e o familiar se torna agente ativo no tratamento e provimento do cuidado da pessoa com transtorno mental. Objetivo: Analisar as camadas dos Determinantes Sociais da Saúde a partir das falas de familiares e usuários do CAPS. Método: Trata-se de uma pesquisa com abordagem descritiva, exploratória do tipo qualitativa. A coleta de dados foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial II Chiquita Bacana, situada na cidade de Santa Cruz- RN, localizada na região do Trairi. Foram incluídos no estudo todos os indivíduos que compareceram ao CAPS para atendimento no período da coleta, acompanhados de uma pessoa que ele considerasse como família. Utilizou-se uma entrevista semiestruturada, aplicada ao mesmo tempo com os dois indivíduos, com as questões direcionadas à família e aos DSS. Os achados que surgiram a partir das falas dos participantes durante as entrevistas, foram analisadas e discutidas a luz do modelo de Determinantes Sociais da Saúde proposto por Dahlgren e Whitehead (CNDSS, 2008), além de outras literaturas apropriadas no âmbito da saúde coletiva. Resultados e discussão: Os usuários participantes deste estudo tinham entre 18 e 58 anos, sendo três mulheres e nove homens. Dentre eles seis eram solteiros, três estavam em uma união estável, um era viúvo, um casado e outro divorciado. Osfamiliares participantes da pesquisa tinham entre 18 e 59 anos, um, era do sexo masculino. Em relação ao estado civil deste sujeitos houve predomínio dos casados e união estável e que não havia finalizado o ensino fundamental. Já em relação à religião, a maioria era católica. A prática de exercício físico, acesso aos meios de comunicação e uma rede social abrangente funcionam como fonte de apoio, estímulo às diversas relações sociais e atuam como fator de proteção dos sujeitos entrevistados. Entretanto, o observado neste trabalho é uma deficiência dos usuários em realizá-los, que contribui para o distanciamento da comunidade.O CAPS foi citado como espaço que permite a realização destas atividades. Outros espaços sociais também foram destacados pelos entrevistados como fonte de apoio e estímulo às diversas relações, as quais são permeadas por vínculos fortes, no qual o cuidado é transferido também para os atores envolvidos. Contudo, na pesquisa, muitos relataram preferir ficar em casa, sendo um fator predisposto para o isolamento e exclusão. A família foi considerada um importante suporte social e afetivo, tendo papel relevante no acompanhamento do sujeito em sofrimento psíquico, atuando como principal fonte de auxílio material, assistência direta às necessidades básicas, e importante para o cuidado em saúde mental. Considerações finais: São necessárias ações práticas que possam diminuir as lacunas existentes, entre os usuários e familiares, que causam distanciamento entre os serviços de atenção à saúde, conforme o preconizado pela Reforma Psiquiátrica, com vista a pensar nos avanços no âmbito da Saúde Coletiva com a integralidade do indivíduo, sua liberdade e autonomia.