Caracterização nutricional, tecnológica e funcional de resíduos liofilizados de frutas tropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Medeiros, Igor Ucella Dantas de
Orientador(a): Correia, Roberta Targino Pinto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: SEM PROGRAMA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22181
Resumo: O consumo de frutas está associado ao seu efeito benéfico à saúde pela presença de fibras, vitaminas e compostos bioativos, sobretudo compostos fenólicos (CF) e vitaminas com atividade antioxidante. O Brasil possui produção diversificada de frutas tropicais, como a acerola, goiaba e caju, normalmente processadas formando grandes volumes de resíduos agroindustriais. Assim, o presente trabalho objetivou caracterizar resíduos liofilizados de acerola (RLA), goiaba (RLG) e caju (RLC) quanto aos aspectos nutricionais, tecnológicos e funcionais associados ao estudo do conteúdo bioativo após tratamento térmico. Os resíduos apresentaram elevado teor de fibras dietéticas, com destaque para as insolúveis no RLG (40,6%) e solúveis no RLA (14,2%). O RLG apresentou maior valor protéico (13,8%) e de lipídios (9,2%), porém de forma geral, todos os resíduos apresentaram valor calórico reduzido. Os minerais em destaque foram potássio, cálcio e magnésio, especialmente no RLC (K: 83,5 mg/g) e o RLA (Ca:31,9 mg/g e Mg: 2,8 mg/g). Quanto aos aspectos tecnológicos, todos os resíduos apresentaram baixa higroscopicidade e valores promissores de retenção de água (4,4 – 12,0 g/g) e óleo (3,0 – 5,4 g/g). O RLA foi o mais rico em CF totais (5331,7 mg eqAG/100g), flavonoides totais (760,9 mg eqC/100g) e atividade antioxidante (688,1 μmol eqTrolox/g no ORAC) e o RLG apresentou mais proantocianidinas (217,8 mgEqPAC2/100g). O RLA obteve melhor perfil fenólico com ácido salicílico (3503,4 mg/100g), miricetina (929,4 mg/100g) e catequina (498,2 mg/100g). Nenhum resíduo apresentou atividade antibacteriana frente aos micro-organismos Salmonella typhimurium, Shigella sonneie, Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Listeria monocytogenes. O RLA apresentou-se mais sensível ao tratamento térmico, com baixa retenção de CF totais atingindo 29% aos 150°C. Porém a atividade antioxidante apresentou melhor retenção em todos os resíduos e temperaturas (superiores a 70%). No caso do RLC, um aumento de até 133% aos 150°C foi detectado, relacionando-se com a formação de melanoidinas em todos os resíduos (com variações de até 582%). Com os dados obtidos, conclui-se que o RLA, RLG e RLC apresentam alto potencial nutricional, tecnológico e biotivo, inclusive para fortificação de outras matrizes alimentares.