Caracterização físico-química, citotoxicidade e potencial bioativo das manteigas de bati (Ouratea sp.) e ucuuba (Virola surinamensis)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Holanda, Tatiana Moura Vasconcelos
Orientador(a): Sousa Júnior, Francisco Canindé de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/53042
Resumo: A busca de novas fontes vegetais de óleos e gorduras é de grande interesse para diversos setores industriais. As manteigas extraídas das sementes dos frutos do bati (Ochnaceae sp.) e da ucuuba (Virola surinamensis) são amplamente consumidas pela população local. No entanto, suas características físico-químicas, propriedades bioativas e citotoxicidade são pouco estudadas. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar as propriedades físico-químicas, bioativas e a citotoxicidade das manteigas de bati e ucuuba. Inicialmente, realizou-se a determinação do perfil dos ácidos graxos por cromatografia gasosa acoplada a espectroscopia de massas (CG-MS) e a caracterização físico-química das amostras. Além disso, as amostras foram analisadas por espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier (FTIR) e ressonância magnética nuclear de hidrogênio (RMN 1H). A atividade antioxidante foi avaliada pela captura dos radicais DPPH (2,2-difenil-1- picril-hidrazil) e ABTS (2,2´-azinobis 3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico), o perfil dos componentes fenólicos totais pelo método Folin-Ciocalteau e a atividade citotóxica através do ensaio colorimétrico do MTT ([3-(4,5-dimetiltiazol- -2yl) -2,5-difenil brometo de tetrazolina]). Além disso, as atividades antibacteriana e antidiabética in vitro foram determinadas. Quanto ao perfil lipídico e às características físico-químicas, a manteiga de bati apresentou 66,06% de ácidos graxos insaturados, com ácido linoleico em maior proporção (45,36%). Na manteiga de ucuuba, observou-se maior percentual de ácidos graxos saturados (85,75%), com destaque para o ácido láurico (37,80%). A manteiga de bati, por consequência, apresentou índice de iodo mais elevado (23,72 cg I2.g-1) que a de ucuuba (5,33 cg I2.g-1). A manteiga de bati apresentou a CFT de 76,57 mg EAG.kg-1 e a manteiga de ucuuba de 76,25 mg EAG.kg-1. A fração metanólica da manteiga de ucuuba obteve destaque na capacidade antioxidante in vitro no ensaio de captura do radical ABTS, apresentando um IC50 (concentração em que 50% dos radicais foram inibidos) de 2,58 mg. mL-1. Além disso, as duas manteigas e suas respectivas frações metanólicas e seus precipitados insolúveis não apresentaram atividade citotóxica para as linhagens celulares CHO-K1 (células de ovário de hamster chinês) e HepG2 (linhagem de células de hepatocarcinoma humano), com viabilidade celular maior que 70% em todas as amostras. As manteigas de bati e ucuuba não apresentaram ação inibitória sobre o crescimento de Staphylococcus aureus, Burkholderia cepacia e Burkholderia multivorans nas concentrações de 0,08 mg. mL-1 a 5,0 mg. mL-1. Por fim, as amostras apresentaran atividade antidiabética in vitro, com inibição da atividade da α-amilase de 73,83 ± 2,09% para a manteiga de bati e 51,05 ± 1,43% para a de ucuuba. Portanto, os resultados obtidos mostram o potencial das manteigas de bati e ucuuba para aplicações na indústria de alimentos, cosméticos e farmacêutica.