Morna, Identidade e Literatura em Cabo Verde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Brito, Geni Mendes de
Orientador(a): Lima, Tania Maria de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28462
Resumo: A literatura, em Cabo Verde, conheceu um significativo desenvolvimento, no final do século XIX, contando com o impulso dos jornais que dinamizavam a criação ficcional e poética. Mas, foi no século XX, com o surgimento da revista Claridade (1936) que se alicerçou o projeto literário cabo-verdiano. Nessa revista, os escritores do arquipélago procuram fixar-se em temáticas predominantemente crioulas, como o drama das secas e da fome, da emigração e da evasão, da insularidade e da saudade, expressas através da Morna, gênero musical que, conforme Simone Caputo Gomes (2008), assume um lugar privilegiado na literatura caboverdiana e estabelece um diálogo com a poesia e com a prosa de ficção com as quais ela interage, constituindo um diversificado percurso no panorama literário. Dada essa importância, propõe-se, nesta pesquisa, traçar a forma como poetas e ficcionistas caboverdianos definem, caracterizam e apresentam a Morna ora como tema principal de suas obras, ora como um dos elementos que conferem a identidade cabo-verdiana aos textos, atribuindo-lhe uma função narrativa, lírica, descritiva e dramática. Para a construção do presente trabalho: “Morna, identidade e literatura, em Cabo Verde”, a proposta metodológica concentrou-se, na pesquisa documental e bibliográfica, com base em fontes literárias, históricas, antropológicas. A fundamentação teórico-crítica foi realizada a partir dos estudos de Juliana Brás Dias, Benilde Justo Caniato, Manuel Ferreira, Moacyr Rodrigues, Simone Caputo Gomes, Vasco Martins, Gabriel Mariano. Percebe-se que, dentre os diversos gêneros musicais presentes em Cabo Verde, a Morna é, sem dúvida, a forma musical e poética mais cultivada, em todas as ilhas do arquipélago, uma vez que ela simboliza sentimentos caboverdianos, como a tristeza, a angústia e as dores, que, sob o peso da dominação colonial e cultural, resistem e se manifestam, principalmente, através da língua crioula, símbolo maior que ressignifica o universo cultural cabo-verdiano.