O eterno retorno como paródia e como colagem na filosofia da diferença de Gilles Deleuze

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Araújo, André Vinícius Nascimento
Orientador(a): Pellejero, Eduardo Anibal
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/20794
Resumo: Gilles Deleuze escreveu comentários sobre vários filósofos, mas a relação que estabeleceu com Nietzsche tem um papel singular em seu pensamento: a apropriação conceitual do “eterno retorno” para pensar o eixo central de sua tese, Diferença e repetição, defendida em 1968. Os termos “diferença” e “repetição” apareciam em seu Nietzsche e a filosofia, de 1962, associados ao eterno retorno. Nosso trabalho analisa as apresentações do conceito nessas duas obras. O primeiro capítulo expõe a construção do estilo e o aspecto crítico e metodológico da filosofia nietzschiana, que são fundamentais à compreensão da interpretação em questão. Em seguida, analisa a primeira exposição do conceito expressa nos seguintes termos: existência estética inocente ou justificada a partir da figura do jogo. Veremos como a imagem do jogo implica outra concepção do acaso, que leva Deleuze a pensar um “tipo” filosófico afirmativo, capaz de criar novos valores. O segundo capítulo avalia o caráter existencial, “ético-seletivo” e “físico-cosmológico” do conceito, assim como as dificuldades que impõe ao intérprete de Nietzsche. Posteriormente, apresentamos a compreensão deleuziana do eterno retorno como “paródia” ou “simulacro de doutrina”. O terceiro capítulo analisa essa posição interpretativa como uma transmutação dos valores a partir de uma recombinação de perspectivas, visando superar as compreensões negativas da existência. Queremos problematizar o modo pelo qual Deleuze elabora outra imagem do pensamento, a partir do eterno retorno, aquela que, por uma espécie de “colagem” e de eliminação seletiva do negativo, propõe um trabalho historiográfico, e descobre uma linhagem de pensadores da imanência e da diferença. Um desvio do pensamento da identidade, do mesmo e do semelhante. Queremos, por fim, compreender através desse percurso, sua crítica ao que chama “imagem dogmática do pensamento”.