Mapeamento e comparação de instrumentos para rastreio e estratificação da fragilidade em idosos comunitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Andrade, Luiz Eduardo Lima de
Orientador(a): Maciel, Álvaro Campos Cavalcanti
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/46657
Resumo: Introdução: A fragilidade em idosos representa um estado de vulnerabilidade fisiológica relacionada à idade, produzida pela diminuição da reserva homeostática e da capacidade do organismo de enfrentar um número variado de desfechos negativos de saúde. Reconhecer precocemente essa síndrome é importante, uma vez que identifica idosos com maior risco de desfechos desfavoráveis. Objetivo: Mapear na literatura instrumentos válidos para rastreio e estratificação do idoso comunitário frágil, além de compará-los para saber qual a melhor opção. Métodos: Artigo 1 - Trata-se de uma revisão de escopo realizada por meio da busca de instrumentos disponíveis na literatura para avaliação e estratificação da fragilidade em idosos comunitários. As pesquisas foram realizadas em 5 bases de dados Medline, LILACS, Scopus, Web of Science e CINAHL, com a seguinte estratégia de busca: frail OR frailty AND “independent living” OR “community dwelling” AND aging OR elderly AND “Observational Study”. Também foi realizada uma busca na literatura cinzenta a fim de identificar estudos adicionais relevantes. Os dados foram apresentados e analisados de forma descritiva. Artigo 2 – Trata-se de um estudo metodológico para avaliar a validade discriminativa dos instrumentos Vulnerable Elderly Survey-13 (VES-13) e Índice de Vulnerabilidade Clínico Funcional-20 (IVCF-20) comparado ao Fenótipo de Fragilidade. O estudo foi realizado com idosos comunitários com idade a partir de 60 anos, de ambos os sexos, residentes em Parnamirim, na região nordeste do Brasil. Os grupos frágil e não-frágil, identificados por meio do Fenótipo de Fragilidade, foram comparados por meio do teste t de Student e tamanho do efeito para cada escore dos instrumentos. Para averiguar a correlação entre os três instrumentos foi realizada a correlação de Pearson. A validade discriminativa foi testada por meio da análise da curva ROC, além do cálculo da acurácia dos instrumentos. Resultados: Artigo 1 - 55 estudos foram selecionados para análise final dessa pesquisa. Foram analisados 17 instrumentos, sendo o Fenótipo de Fragilidade de Fried o método mais utilizado, estando presente em 25 estudos (45,5%). Em relação aos domínios de avaliação, seis instrumentos avaliaram apenas questões físicas, quatro avaliaram dimensões físicas, psicológicas e sociais, e os demais instrumentos possuem mais de três domínios de avaliação da fragilidade. Artigo 2 - Foram avaliados 732 idosos, dentre os quais 17,1% apresentavam-se como frágeis segundo o Fenótipo de Fragilidade de Fried. A correlação de Pearson encontrada entre o Fenótipo de Fragilidade e o IVCF-20 foi r= 0,53 (p<0,001), já para o VES-13, esse valor foi de r=0,42 (p-valor<0,001). A diferença nas médias dos grupos frágil e nãofrágil nos escores do VES-13 e IVCF-20 com o Fenótipo foram estatisticamente significativas (p<0,001), com tamanho do efeito de 0,95 e 1,26 respectivamente. Os instrumentos se mostraram válidos para discriminar idosos frágeis de não frágeis (p<0.001), onde o IVFC-20 apresentou uma AUC de 0,81 e o VES-13 de 0,75. Conclusões: A avaliação da fragilidade em idosos comunitários pode ser realizada por diversos instrumentos. A revisão de escopo serve como guia norteador para os profissionais da área de geriatria, demonstrando 17 instrumentos aplicáveis ao contexto dos idosos comunitários, apontando vantagens e desvantagens na decisão sobre o instrumento a ser utilizado. Os instrumentos VES-13 e IVCF-20 apresentam boa validade discriminativa para avaliação da fragilidade em idosos comunitários, sendo melhores para identificar idosos frágeis do que não frágeis. Na comparação dessas ferramentas, o IVCF-20 demonstrou ser melhor que o VES-13.