Representação social sobre o ensino de matemática de licenciandos vinculados ao PIBID: dinâmica de formação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mendonça, Silvia Regina Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/21950
Resumo: Neste trabalho de tese buscamos identificar as representações sociais dos licenciandos, bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, sobre o ensino de Matemática e enfatizar os benefícios do contato com os alunos da rede pública para sua formação. Essa pesquisa contou com a participação de quinze licenciandos de Matemática do IFRN, campus Santa Cruz - RN, atuantes no Ensino Médio de três escolas Estaduais. Os licenciandos, nesse Programa, tiveram a oportunidade de desenvolver suas práticas de ensino de acordo com a realidade escolar. Conduzimos o trabalho à luz da Teoria das Representações Sociais (TRS) proposta por Moscovici (2012) e Jodelet (2001), abordando como metodologia a técnica dos grupos focais com o embasamento de Gatti (2005) e Barbour (2009), entrevista semiestruturada de acordo com Manzini (2003) e inspiração no processo hermenêutico-dialético desenvolvido por Oliveira (2010). Defendemos que os processos de ancoragem e objetivação (MOSCOVICI, 2009) reificados a partir da dinâmica reflexão-ação interferem no campo representacional sobre o ensinar e sobre a docência para esses discentes. Com o intuito de desvelar os discursos dos participantes, lançamos mão da Análise de Conteúdo de Bardin (2011), seguindo as etapas propostas: categorização, descrição e interpretação. A partir das reuniões, de diálogo e entrevistas semiestruturadas percebemos a importância que o programa PIBID proporciona para a formação dos licenciandos e para o desenvolvimento das suas práticas de ensino. Os discursos ressaltam a dificuldade dos licenciandos em se apropriar do conteúdo do curso de formação inicial, função de resistência da Representação Social (RS) abordada por Bauer (1994), devido às representações de complexidade e de inutilidade construídas sobre o objeto de aprendizagem. Essa visão inicial fomentou uma hipótese de origem da elevada evasão dos licenciandos e escassez de profissionais formados na área, indícios de uma RS de Matemática e não de Ensino de Matemática. Comprovamos tal fenômeno nas marcas da ancoragem desse objeto presentes nos discursos dos participantes ao abordarem o Ensino de Matemática, quando ressaltam a disciplina Matemática como algo difícil, confuso e desinteressante. Os Licenciandos afirmam que a participação no PIBID propicia a oportunidade de aproximação da realidade no exercício da docência, pois, com a observação e convivência no contexto escolar, em confronto com os conhecimentos específicos do curso, eles desenvolvem suas próprias metodologias de ensino, conhecendo o real ofício de ser professor. Por intermédio dessa vivência, eles demonstram indícios de construções/transformações no campo representacional sobre o Ensino de Matemática. Na formação inicial o licenciando adquire o conhecimento de saberes que orientam a atuação profissional. Sendo assim, entendemos que o PIBID acrescenta benefícios para essa formação, sejam eles: atividades que proporcionam reflexão e análise crítica nas quais os futuros docentes se defrontam com representações histórico-sociais construídas e exercidas no percurso de sua profissão, reelaboração dos conhecimentos específicos da área de formação, tendo em vista o seu ensino e o perfil dos estudantes da educação básica e reestruturação de suas representações sociais sobre a área e seu ensino. Assim sendo, esse movimento na formação inicial, além de contribuir com o ensino inovador, significativo e democrático, permite, também, de acordo com o pensamento de Wagner (1998), o confronto com as representações sociais sobre o ensinar e o objeto de ensino estabelecido, provocando conflitos cognitivos que podem contribuir para transformações representacionais não só na área de Matemática, mas em todos os contextos de formação de professores.