Análise do desenvolvimento de alterações bucais em pacientes sob transplante de células-tronco hematopoiéticas e seus fatores de risco: um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Tatiana Bernardo Farias
Orientador(a): Silveira, Éricka Janine Dantas da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/50024
Resumo: O transplante de células-tronco hematoiéticas (TCTH) pode causar efeitos adversos no meio ambiente bucal, podendo influenciar a resposta do paciente ao tratamento e, consequentemente, no prognóstico. Este estudo objetivou identificar as alterações bucais mais prevalentes durante o período de internação para a realização do TCTH, analisar o tempo de desenvolvimento destas alterações neste mesmo período, bem como os fatores inerentes ao paciente e ao TCTH associados ao desenvolvimento destas alterações. Tratou-se de um estudo observacional, longitudinal, do tipo coorte, realizado em 30 pacientes assistidos pelo setor de transplante de medula óssea em um hospital de referência no Rio Grande do entre dezembro de 2021 a junho de 2022. Os dados sobre o exame físico bucal, diagnóstico da desordem hematológica, o tipo de transplante, as comorbidades, os protocolos quimioterápicos e os fatores de risco individuais dos pacientes no período do TCTH obtidos foram submetidos a testes estatísticos para estimar o tempo de surgimento das alterações e associação de fatores de risco. A significância estatística adotada foi de 5%. Dos 30 pacientes selecionados, 56,7% eram do sexo masculino, mediana de 35 anos, no qual 93,3% desenvolveram alguma alteração bucal e 53,3% iniciaram o tratamento com algum fator de risco bucal. As desordens hematológicas mais frequentes foram as leucemias (mieloide e linfoide) e os mielomas múltiplos (23,3% cada). O FluBuMel foi o protocolo de condicionamento mais utilizado (46,7%). A alteração bucal mais frequente foi o edema de mucosa jugal (83,3%) seguida da mucosite oral (80%; grau 01 - 54,2%). O tempo de seguimento foi em média 23 dias e, foi verificado que no 5.º dia de internação a probabilidade do paciente estar livre de alterações bucais foi de 93,3%, com essa taxa diminuindo ao longo do tempo, atingindo 6,7% no 28.º dia. O protocolo Mel200 foi associado ao desenvolvimento mais precoce das alterações bucais (p=0,02), assim como o transplante do tipo autólogo (p=0,004). Nossos resultados sugerem que o tempo de surgimento das alterações bucais é influenciado pelo tipo de transplante e protocolo de condicionamento quimioterápico e, adicionalmente, reforçam que a presença de um cirurgiã-dentista na equipe influencia positivamente no controle da severidade das alterações bucais.