Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Anjos, Ana Maura Tavares dos |
Orientador(a): |
Passeggi, Maria da Conceição Ferrer Botelho Sgadari |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/44904
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Resumo: |
Esta tese, inscrita na área de Educação, traz resultados de pesquisas cujo objetivo foi o de investigar as relações da criança com a escrita durante o ciclo de alfabetização, numa escola pública do município de Sobral, no Ceará-CE. Adotou-se como pressuposto que ao narrar, oralmente ou por escrito, suas experiências com a escrita, as crianças revelariam os modos como compreendem suas relações com o processo de alfabetização, trazendo eventuais contribuições para propostas teóricometodológicas e políticas da escola. Nesse sentido, a pesquisa procurou elucidar os seguintes questionamentos: Que experiências formativas são narradas pelas crianças no contexto de aprendizagem da escrita em uma escola pública cujos resultados de aprendizagem apontam para alto nível de proficiência em alfabetização? Que elementos são identificados pelas crianças como importantes para a aprendizagem da escrita? O que uma escola de alta proficiência em alfabetização promove para a equidade na aprendizagem da escrita no ciclo de alfabetização? A investigação tomou por base princípios epistemológicos e teóricos da pesquisa (auto)biográfica em Educação, conforme Passeggi (2014; 2016; 2020); inspirou-se nos estudos de Paulo Freire (1996; 2015) sobre a alfabetização como processo emancipatório; considerou a escrita como uma modalidade de linguagem conforme Ferreiro e Teberosky (1999); Ferreiro (2015); Morais (2012); Luria (2013); Soares (2015; 2016) e avaliou como primordial para a gestão escolar a promoção da equidade em educação, tal como propõe Ribeiro (2012; 2013). Participaram da pesquisa vinte crianças de cinco turmas do 2o ano do Ensino Fundamental da Escola Emílio Sendim, em Sobral-CE, inserida em um município cuja experiência educacional é referência nacional, entre outros aspectos, pelo elevado índice na avaliação do IDEB que evoluiu, nos anos iniciais, de 4.9 em 2007 para 8.4 em 2019. O corpus está constituído por narrativas, orais e escritas, elaboradas pelas 20 crianças participantes em rodas de conversa ludorreflexivas, ao longo de oito meses; uma entrevista narrativa com a coordenadora pedagógica da escola; o diário de campo da pesquisadora além de fontes documentais. Os dados empíricos foram triangulados nas análises. Os resultados apontam na seguinte direção: a) as relações da criança com a escrita se estabelecem mediante a égide de uma escola centrada na aprendizagem da escrita mediante o cuidado com a interação social; b) as narrativas das crianças sinalizam seu envolvimento com práticas de leitura de diversos gêneros textuais; produção textual; uso de caligrafia; cópias; jogos lúdicos e interativos, assim como atividades relacionadas à avaliação externa; c) destacamse como procedimentos: a cinestesia e uso de instrumentos relacionados ao saber fazer e à praxia motora. Quanto às práticas de gestão e pedagógicas, as análises revelam que a escola caminha, ao longo do ano, na perspectiva da equidade na aprendizagem através de: a) ações educativas que garantam a frequência da criança às aulas; b) atenção coletiva e individualizada, mediante o reforço escolar para crianças com dificuldades de aprendizagem; c) desenvolvimento de projetos pedagógicos interdisciplinares, com vistas à efetivação da aprendizagem; d) permanente articulação da escola com família; e) monitoramento da aprendizagem das crianças por meio de avaliação externa. Conclui-se que a escrita enquanto ação de linguagem estabelece relações intrínsecas com a atenção e a criatividade da criança, relacionadas ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais tais como a persistência, autoestima, a autoconfiança e a interação com o outro, com o apoio escolar. O domínio do código alfabético e a consciência pragmática relacionam os aspectos da escrita a aspectos contextuais onde a escrita é praticada. |