Influência do ambiente nos padrões de coocorrência de duas espécies de aves congêneres em um fragmento florestal no nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silveira, João Lucas Gomes de Souza
Orientador(a): Pichorim, Mauro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/26000
Resumo: Uma das principais explicações para a alta diversidade de espécies tropicais é a possibilidade de coexistência de espécies com nichos similares. Estudos de coexistência investigam como espécies se organizam no espaço e no tempo, focando também nas interações entre elas e delas com o ambiente. Embora a competição interespecífica pareça explicar sozinha os padrões de coocorrência, características ambientais podem ter o mesmo poder de explicação. Assim sendo, identificar os fatores que influenciam a coexistência de espécies é essencial para elucidar mecanismos de regulação de comunidades. Criar modelos teóricos que incorporam estimativas de detecção e ocupação de espécies possibilita a avaliação simultânea de múltiplas hipóteses sobre os padrões de ocorrência de espécies. Estimativas de ocupação de áreas por uma ou mais espécies vem sendo cada vez mais usadas como ferramenta na modelagem da dinâmica dessas espécies, guiando também estratégias de monitoramento e ações de manejo. Esse estudo focou em duas espécies de Passeriformes Conopophaga cearae e Conopophaga melanops para melhor compreender os padrões de uso do espaço pela ornitofauna na Mata Atlântica potiguar. Conduzimos nossas amostragens na RPPN Mata Estrela, litoral sul do RN, através de pontos de escuta visitados em duas estações distintas: seca (setembro, outubro e novembro de 2016) e úmida (maio, junho e julho de 2017). Além da ocorrência das espécies, também registramos algumas características ambientais em cada unidade amostral, foram elas: tipo de habitat, abertura de dossel, acúmulo de serrapilheira, densidade vegetal e diâmetro das árvores na altura do solo. Para esclarecer os dados coletados em campo, criamos e testamos modelos de ocupação estática e condicional no programa MARK. Através dos modelos de ocupação estática observamos que a abertura de dossel é a covariável mais relevante para C. melanops e também para C. cearae, junto do acúmulo de serrapilheira e a densidade vegetal. Por esse motivo inferimos que a plasticidade de nicho de C. cearae parece contribuir bastante para a coocorrência. A modelagem de ocupação condicional apontou que as características ambientais (tanto a sazonalidade quando condições estruturais de cada habitat) são relevantes para a escolha de áreas a serem ocupadas por essas espécies e o efeito da interação entre elas é irrisório, vide SIF ~ 1. Concluímos, pois, que modelos de ocupação podem esclarecer preferências ambientais, bem como padrões de interação entre espécies e assim aprimorar estratégias de conservação e manejo.