Um rastro de memória: terra, parentesco e ofícios na família Belém em Acari/RN (Séc. XVIII-XXI)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Jardelly Lhuana da Costa
Orientador(a): Cavignac, Julie Antoinette
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/24598
Resumo: O trabalho tem como objetivo entender o processo de apagamento da presença negra no Seridó a partir da análise comparada dos documentos históricos e das memórias da "família Belém" composta por grupos domésticos oriundos de uma fazenda de criar que tem em seus registros um dos maiores número de escravos nos meados do século XVIII. Se desde do início da colonização, os africanos escravizados estão presentes no Seridó, seus descendentes sofreram um processo de invisibilização e estigmatização além do esbulho de suas terras que foram “tomadas” pelos grandes fazendeiros. A trajetória genealógica da família Belém, as memórias dos descendentes dos Moura, dos Guiné e dos Belém foram cruzadas com os documentos históricos disponíveis. Irei descrever como "A família Belém" se constituiu em torno de um apagamento voluntário da mancha deixada pela escravidão. Busca-se, assim, através da perspectiva histórica, questionar os dados etnográficos e a partir dos dados etnográficos, preencher as lacunas deixadas pelos documentos históricos (Wachtel, 1990). Entre outros resultados, a pesquisa revela uma grande diversidade de estatutos entre os afrodescendentes ao longo do processo histórico, a existência de práticas cotidianas e de ofícios que remetem diretamente ao passado colonial, apesar dos poucos registros da memória. Os vaqueiros, tropeiros, cozinheiras e outros personagens que exerceram ofícios especializados, testemunham, pelos seus saberes e práticas cotidianas, a continuidade histórica das populações africanas escravizadas no Seridó e as estratégias de resistência à dominação.