A relação entre transtorno da insônia e funções executivas em adultos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ferreira, Olívia Dayse Leite
Orientador(a): Almondes, Katie Moraes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/19525
Resumo: O transtorno da insônia é definido como uma dificuldade em iniciar ou manter o sono ou acordar antes do esperado e não conseguir retornar ao sono, seguido por uma sensação de sono não reparador e de má qualidade, presente por pelo menos três meses, com consequência no funcionamento diurno. Estudos têm mostrado que o transtorno da insônia afeta o funcionamento cognitivo, em especial as funções executivas. Entretanto, as pesquisas que buscaram investigar a relação entre a insônia primária e o funcionamento executivo são bastante inconsistentes do ponto de vista metodológico, principalmente no que se refere à variabilidade de métodos utilizados, à heterogeneidade de critérios de diagnóstico da insônia e ao controle do uso de medicamentos que alteram o sono. Neste sentido, a presente pesquisa teve por objetivo investigar a relação entre a insônia e as funções executivas em adultos. Participaram da pesquisa 29 pessoas de ambos os sexos, com idade variando de 20 a 55 anos. Os participantes foram subdivididos em três grupos, sendo um composto por 10 pessoas com insônia primária que utilizavam medicamentos para dormir (GIM), nove pessoas com insônia primária que não utilizava medicamentos (GInM) e 10 pessoas saudáveis que compunham o grupo controle (GC). A pesquisa foi realizada em duas etapas. A primeira envolvia uma avaliação diagnóstica para o transtorno da insônia através de uma entrevista clínica e da aplicação dos seguintes protocolos: Escala de insônia de Atenas, Índice de Gravidade da Insônia, Diário do sono (por 14 dias), Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP), do Teste de sonolência de Stanford, Inventários de depressão e ansiedade de Beck e o Inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp. Após esta etapa, foi realizada a avaliação das funções executivas através da aplicação de uma bateria de testes neuropsicológicos composta pelos testes: Wisconsin, Teste de Stoop, Teste de trilhas Coloridas, Teste da Torre de Londres, Iowa Gambling Task (IGT) e Subteste do WAIS III span dígitos, que mediram a atenção seletiva, o controle inibitório a flexibilidade cognitiva, o planejamento, a resolução de problemas, a tomada de decisões e a memória operacional, respectivamente. Os resultados mostraram que os insones (GIM e GInM) apresentaram maior latência do sono, menor duração do sono e menor eficiência do sono, quando comparados ao GC. No que se refere ao desempenho nas funções executivas, não se observou diferença estatisticamente significativa entre os grupos nas modalidades avaliadas. No entanto, os dados mostram indícios de que, comparado ao GInM e GC, o desempenho do GIM se mostrava inferior em tarefas que exigiam respostas rápidas e mudança de foco atencional. Já o GInM, quando comparado ao GIM e GC, exibiu melhor desempenho em tarefas que envolviam a flexibilidade cognitiva. Além disso, as medidas do sono prejudicadas foram correlacionadas com o pior desempenho dos insones em todos os componentes avaliados. Conclui-se que as pessoas com o transtorno da insônia exibiram desempenho semelhante ao das pessoas saudáveis nos componentes das funções executivas. Assim, pode-se inferir que existe uma relação estreita entre a insônia e as funções executivas nos adultos.