Argamassa de revestimento produzida a partir da substituição do agregado natural por resíduo de scheelita e pó de pedra

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Macêdo, Jeandson Willck Nogueira de
Orientador(a): Acchar, Wilson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/33351
Resumo: A exploração de agregados envolve a extração de recursos naturais não renováveis e, com isso, modifica o meio ambiente causando impactos ambientais. Somente em 2016, o Brasil produziu cerca de 312 milhões de toneladas de areia, agregado que é geralmente extraído dos leitos dos rios, causando danos diversos ao meio ambiente, como a erosão, o assoreamento dos rios e a contaminação dos solos. Com o propósito de mitigar estes impactos, diversas pesquisas vêm sendo desenvolvidas com o objetivo do aprimoramento de tecnologias que substituam os agregados naturais por resíduos, como aqueles gerados na mineração de brita e scheelita. O estado do Rio Grande do Norte concentra as maiores reservas de scheelita do Brasil, as quais são exploradas com vistas à obtenção de tungstênio, um dos minerais mais utilizados na produção de diversos segmentos industriais. Durante a extração deste elemento são geradas toneladas de resíduos sólidos que são estocados ao ar livre, ocupando grandes áreas, causando impactos ao meio ambiente. O pó de pedra é o subproduto fino originário do processo de britagem das rochas para obtenção de brita para a construção civil, que geralmente, é depositado no pátio das pedreiras, em grandes volumes, causando diversos impactos ambientais e doenças respiratórias. No Brasil, este resíduo é utilizado principalmente na produção de concreto usinado e argamassas industrializadas, no entanto, seu emprego na produção de argamassas e concretos em obras convencionais ainda é bastante restrito. Diante desta problemática, a presente pesquisa tem como objetivo o estudo do desempenho de argamassas de revestimento produzidas com substituição total do agregado natural por areias binárias residuais constituídas de pó de pedra e subproduto de scheelita. Para isso foi realizada a caracterização dos resíduos e materiais utilizados na confecção das argamassas, incluindo análises de FRX, DRX e MEV. Em seguida, foram formuladas argamassas na proporção de 1:3, em volume, com substituição total da areia natural por areias residuais de scheelita e britagem. As argamassas foram analisadas quanto as suas propriedades no estado fresco (consistência, densidade de massa, teor de ar incorporado e retenção de água) e endurecido (resistência à tração, à compressão, absorção por imersão, absorção por capilaridade, densidade aparente, e microestrutura). Ao final, foram executados revestimentos, que por sua vez, foram avaliados quanto a aderência à tração. O estudo do empacotamento e distribuição granulométrica dos agregados permitiu a confecção de uma areia residual de alta qualidade a partir da combinação, em partes iguais, do pó de pedra e o resíduo da scheelita grosso. A argamassa produzida com esta composição, no estado fresco, embora mais densa, obteve melhor consistência, maior retenção de água e teor de ar incorporado semelhante à argamassa referência. No estado endurecido, a formulação alcançou elevada resistência mecânica, maior densidade de massa, menor absorção, tanto por imersão quanto por capilaridade, de todas as argamassas avaliadas. Aplicada como revestimento, obteve resistência a aderência à tração aproximado a argamassa de referência e, superiores aos valores mínimos estabelecidos pelas normas brasileiras para argamassas de revestimentos, o que ratifica a viabilidade da utilização da composição da areia de britagem e de scheelita como agregado para argamassas.