Belos panoramas, matizes imaginários: a cidade das províncias do norte na obra de Charles Landseer e William Burchell (1825-1830)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Moreira, Bárbara Gondim Lambert
Orientador(a): Dantas, George Alexandre Ferreira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22389
Resumo: um importante tema para a construção da identidade imagética do Império; inserido neste corpus iconográfico, destaca-se a produção de viajantes europeus que, sob as mais distintas insígnias, relataram à bico de pena, aquarelas e tintas, as mudanças na colônia recém alçada à condição de sede do Império português. Esta produção pictórica auxiliou na construção do que se convencionou como paisagem urbana brasileira do Oitocentos, permeou pelos estudos e foi consolidada e legitimada pela historiografia ao longo da primeira metade do século XX. Esta dissertação propõe analisar as representações iconográficas da paisagem urbana das províncias de Pernambuco, da Bahia e do Grão-Pará realizadas no primeiro quartel do século XIX por dois viajantes ingleses: William John Burchell e Charles Landseer. Pretende-se observar nas perspectivas que se abrem a partir da leitura que os manuseios dessas imagens oferecem, o vislumbre de uma via de acesso distinta para interpretar o complexo quadro da paisagem urbana das vilas e cidades brasileiras da primeira metade do século XIX. Membros da Missão Diplomática Inglesa, chefiada por Sir Charles Stuart e cujo objetivo era a negociação do reconhecimento por parte de Portugal do recente império brasileiro, foram designados a retratar e documentar o trajeto em solo brasileiro da comitiva. A análise fundamentou-se na revisão bibliográfica, com enfoque na problematização do material iconográfico produzido por Burchell e Landseer como fonte historiográfica sobre o assunto e na análise da iconografia elencada por meio de sua leitura formal e interpretativa. O material iconográfico revela transformações históricas vividas pela sociedade ao qual pertence; contudo, há mais neste discurso: obras de arte não são espelho, nos transmitem aspectos da realidade a partir de estratagemas: ora deslocando ou desfocando elementos, ora redimensionando aspectos do real. Investidas de caráter documental desde a sua produção, a obra dos dois viajantes relativas às paisagens urbanas das províncias mostrou-se permeada por esquemas figurativos, cujo emprego adiciona camadas de significação ainda pouco exploradas.