(Re) arranjos e dinâmicas na rede urbana paraibana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Taynan Araújo de
Orientador(a): Gomes, Rita de Cássia da Conceição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/53537
Resumo: O debate sobre rede urbana, hierarquia e heterarquia tem se intensificado na ciência geográfica, principalmente na última década do século XXI. As discussões teóricas sustentam-se nas mudanças ocorridas nas cidades brasileiras em função da difusão dos conteúdos ligados ao meio técnico-científico-informacional, que passa a consolidar relações multiescalares entre os centros urbanos. Os estudos da Região de Influência das Cidades (REGIC), publicados em 2007 e 2020, sinalizam as mudanças em questão por meio das análises construídas, de modo que levam em consideração os novos papéis desempenhados pelos centros urbanos brasileiros, entre os quais nos chama atenção as Capitais Regionais (cidades médias), os Centros Sub-Regionais e os Centros de Zona. A Paraíba, de acordo com a REGIC (2020), é um dos estados brasileiros que têm passado por relevantes mudanças na configuração da sua rede urbana, com a multiplicação das hierarquias e a redefinição dos papéis e funções desempenhados pelas cidades, sobretudo os Centros Sub-Regionais e os Centros de Zona. Diante disso, entendemos que ocorre, a partir dessas transformações, a conformação de novos arranjos e dinâmicas pautados na complementaridade e no compartilhamento de funções, fato que amplia os níveis de centralidade das cidades e muda o jogo das relações hierárquicas existentes entre elas. Determinados elementos foram responsáveis pela construção dos novos arranjos e dinâmicas e pelas reconfigurações hierárquicas, entre os quais destacamos a atuação do Estado enquanto agente de produção do espaço urbano, responsável pela implementação de políticas públicas educacionais, das quais resultaram a multilocalização de instituições de ensino superior e técnico, públicas e privadas; a multiplicação dos serviços de saúde de natureza pública e privada; o avanço do capitalismo nas diversas escalas por intermédio do setor terciário, que passa a se caracterizar pela multiplicidade de estabelecimentos comerciais e de serviços dos mais distintos ramos e naturezas; e a difusão do meio técnico-científico-informacional, pautado na disseminação das redes telefônicas e de internet, como também do setor financeiro, com a hipercapilaridade de agências e postos bancários. Por fim, e levando em consideração o exposto, objetivamos com a construção desta tese compreender as transformações ocorridas na rede urbana paraibana, a fim de ressaltar os novos arranjos e as dinâmicas que condicionam o compartilhamento e a complementaridade de funções entre as cidades frente à quebra de relações hierárquicas, ressignificando-as a partir da construção de relações multiescalares. Para tanto, adotamos como vetores de análise as instituições de ensino superior e técnico, públicas e privadas, os serviços de saúde, públicos e privados, os estabelecimentos comerciais e suas múltiplas tipologias, com destaque para os shopping centers, os atacarejos, as redes de varejo, as redes associativistas e as franquias; e o setor financeiro e informacional com base nas redes de telefonia móvel e internet, bem como em agências e postos bancários. Para isso, foram adotados os procedimentos de pesquisa inseridos dentro do método de abordagem qualiquantitativo, a saber: aplicação de formulários e entrevistas, análise documental, pesquisa em bases de dados oficiais, trabalho de campo exploratório e mapeamentos a partir do uso do software Arc Gis. A partir desses vetores, ora analisados, concluímos que a implantação das instituições de ensino públicas e privadas de ensino superior e técnico, a ampliação dos serviços de saúde públicos e privados, a multiplicação dos estabelecimentos comerciais em suas múltiplas tipologias e naturezas e a disseminação dos conteúdos técnicos, científicos e informacionais associados à rede de internet e telefonia móvel e às agências e aos postos bancários foram responsáveis pela reconfiguração hierárquica das cidades, uma vez que tornam a sua estrutura mais complexa, ampliando seus papéis e funções, colocando-as em posições relacionais antes não observadas e criando um conjunto de relações em rede que resulta na conformação de arranjos e dinâmicas de dimensão multiescalar.