Memória e resistência de um coletivo de saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Feitosa, Carlos Eduardo Silva
Orientador(a): Amorim, Ana Karenina de Melo Arraes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/28393
Resumo: A afirmação da memória dos grupos desqualificados pelas grandes narrativas é um elementochave no processo de enfrentamento das violações dos direitos humanos que ocorrem cotidianamente no Brasil, principalmente no campo da saúde mental. Revisitar a história dos grupos por outras lentes, potencializa novos debates para compreender os processos de resistência às capturas manicomiais da vida, sobretudo no atual cenário de uma “contra reforma” psiquiátrica e de uma “remanicomialização” no campo. Diante desse cenário surge o presente trabalho de pesquisa com a Associação Potiguar Plural (PLURAL), um coletivo de saúde mental em Natal/RN. Nessa pesquisa cartográfica com o coletivo, procuramos mapear processos de resistência a formas de vida manicomializadas, através da produção de narrativas das memórias dos participantes da PLURAL, na tentativa de contar sua história, mapeando pontos de tensão, de produção de saberes e de resistências na saúde mental potiguar. Como resultado, foi produzida coletivamente uma narrativa sobre a PLURAL, desde sua fundação até o presente momento, assim como o mapeamento de três linhas de análise sobre a produção de resistências dentro do coletivo: a partir do testemunho das memórias do manicômio; da produção de redes de cuidado entre os membros do coletivo; e da formação de futuros profissionais, que estagiam ou vivenciam a grupalidade da PLURAL durante sua formação acadêmica. Essas linhas apontaram como a memória das violações podem, através dos agenciamentos coletivos, tornarem-se matéria-prima para ações no campo da saúde mental, tanto na produção de redes de cuidado, quanto na formação de futuros profissionais, sensíveis e implicados no cuidado em liberdade. Concluímos que a memória, o testemunho e a coletividade são pilares no desenvolvimento de práticas de resistência no campo da saúde mental, demonstrando o potencial transformador da realidade, a partir do protagonismo e das relações de solidariedade, na afirmação e produção de vida.