O trabalho dos carroceiros na cidade de Natal: cotidiano, política e emoções em torno de uma atividade ameaçada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Carvalho, Andresa Karla Silva
Orientador(a): Valle, Carlos Guilherme Octaviano do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22618
Resumo: O processo contínuo de urbanização aparece como um elemento motivador de conflitos em torno do que pode ser permitido ou não nos espaços que constituem as cidades. É o caso do uso tradicional de carroças movidas à tração animal, que vem sendo fortemente questionado e inclusive progressivamente proibido em muitas capitais brasileiras. Em Natal (RN), ocorre o mesmo processo, cuja proibição está sendo determinada através da implantação da Política Municipal de Retirada de Veículos de Tração Animal (PMRVTA), que, até o momento desta pesquisa, ainda está em fase de discussão. A construção dessa proposta de política pública conta com a participação de uma relação extensa e bastante heterogênea de agentes e instituições que conflitam com uma diversidade de pessoas que fazem uso das carroças para diferentes fins, porém, destacando-se sobretudo o uso para o trabalho. Dessa forma, diante de um quadro onde esta forma de trabalho encontra-se ameaçada por questionamentos e denúncias de diversos segmentos, buscamos compreender: quais são as práticas, dilemas e impactos sociais que estão sendo vivenciados por carroceiros em Natal? Nesse sentido, pretendeu-se, através de pesquisa etnográfica (utilizando-se de observação participante, entrevistas e análise de documentos) apresentar o universo de experiências dessas pessoas, analisando os conflitos existentes em torno do uso de carroças e do trabalho a ele relacionado. Consideramos como se processam as dinâmicas de conflito a envolver os mais diversos agentes do poder público, além de especialistas e ativistas/ONGs de defesa dos animais, principalmente, e os carroceiros, que refletem disputas e relações de poder profundamente desiguais neste jogo que é a própria construção da PMRVTA. Percebemos como as moralidades e emoções, associadas às pretensões de modernidade e urbanidade, são elementos que se destacam neste campo, repercutindo de forma séria nas vidas de carroceiros, cuja máxima encontrada na elaboração desta política pública concorre para desestruturar profundamente um mundo social específico, no qual a relação entre os humanos e seus animais é elemento fundamental para especialmente sustento e deslocamento das famílias.